Economic Highlight – IPCA (jun/20)

Economic Highlight – IPCA (jun/20)

A inflação medida pelo IPCA no Brasil em junho ficou em 0,26% M/M, abaixo do que era projetado pela SulAmérica Investimentos (0,29%) e pela mediana de expectativas do mercado (0,30%). A variação em 12 meses interrompeu sua trajetória de queda, iniciada em dez/19, subindo de 1,88% A/A em maio para 2,13% A/A em junho.

A variação nos preços voltou a ficar positiva após dois meses seguidos de deflação (-0,31% M/M em abril e -0,38% M/M em maio). Entre os grupos que compõem o IPCA, quase todos tiveram variação maior em junho do que em maio, com a exceção sendo Despesas Pessoais (e mesmo assim, com redução muito pequena, de -0,04% M/M para -0,05% M/M). As maiores altas entre os grupos ocorreram em Transportes (0,31% M/M contra -1,90% M/M no mês anterior), Saúde e cuidados pessoais (0,35% M/M contra -0,10% M/M) e Alimentação e bebidas (0,38% M/M contra 0,24% M/M). Os preços de combustíveis foram destaque no grupo Transportes (com aumento de 3,37% M/M contra -4,56% M/M no mês anterior, causado em especial pelo reajuste de preços de gasolina). No grupo Saúde e cuidados pessoais, houve aumento de 1,44% M/M em produtos farmacêuticos, devido ao reajuste autorizado pelo governo, de 5,21%, que nesse ano ocorreu em junho e não em abril devido à pandemia. Em Alimentação e bebidas, houve aumento nos preços de alimentos tradeables (0,67% contra -0,02% no mês anterior) e Alimentação fora do domicílio (0,22% contra 0,04%). Por outro lado, houve deflação de -0,09% em alimentos nontradeables (contra 1,17% no mês anterior), nesse caso com os preços seguindo o padrão sazonal de queda na metade do ano.

As medidas de inflação subjacente seguiram baixas, mesmo com a alta na margem do índice geral. A média dos cinco núcleos acompanhados pelo Banco Central ficou em 0,11% M/M em junho, acima dos dois meses anteriores (-0,01% M/M em abril e -0,09% M/M em maio), porém ainda baixa em relação à média dos 12 meses antes da pandemia (0,26% M/M entre mar/19 e fev/20 em média). A variação em 12 meses, mesmo com essa variação positiva em junho, seguiu caindo, de 2,21% A/A em mai/20 para 2,11% A/A em jun/20.

A inflação assim volta a ficar no terreno positivo tanto no índice geral quanto nos núcleos, com alta de preços bastante disseminada, porém a taxa de variação dos núcleos ainda é bastante baixa e distante do necessário para chegar ao centro da meta, indicando grande ociosidade da economia. O IPCA em julho deve ser ainda mais alto, com reajuste de preços administrados como energia elétrica fazendo-o ficar em 0,52% M/M. Para o ano de 2020, no entanto, a expectativa para o IPCA ainda é bastante baixa, pois ele deve voltar a ter variações mais moderadas a partir de agosto, devendo terminar o ano próximo de 1,8%.

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