Economic Highlight – IPCA (out/20)

Economic Highlight – IPCA (out/20)

A inflação medida pelo IPCA de outubro no Brasil ficou em 0,86% M/M, 0,02 pp acima da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,84%) e da mediana de projeções do mercado (0,84% também). A inflação acumulada nos 10 primeiros meses do ano é de 2,22% em 2020, contra 2,60% no mesmo período de 2019. A variação em 12 meses subiu bastante, uma vez que o IPCA de out/19 havia sido de 0,10%, passando de 3,14% A/A para 3,92% A/A.

A aceleração em relação ao mês anterior, no qual o IPCA havia sido de 0,64% M/M, ocorreu em 7 dos 9 grupos, com destaque para Saúde e cuidados pessoais (de -0,64% para +0,28%, devido ao fim da contabilização do desconto nos planos de saúde), e Transportes (de 0,70% para 1,19%, com a alta nos preços de passagem aérea, de 6,39% para 39,83%, mais que compensando a redução em combustíveis, de 1,94% para 0,91%).

Entre as categorias de uso, houve aceleração em especial nos preços de bens industriais (de 0,57% M/M para 0,97% M/M), com repasse das pressões vistas nos preços ao produtor para o consumidor devido à questões de oferta (paralisação de indústrias, menores estoques) e de demanda (ainda aquecida com o auxílio emergencial às famílias). Os preços de serviços também voltaram a ficar positivos, com variação de 0,19% M/M no dado que exclui passagem aérea e alimentação fora do domicílio. Nos dois casos a variação em 12 meses subiu, passando de 1,14% A/A para 1,49% A/A nos bens industriais e de 1,28% A/A para 1,31% A/A nos serviços.

A alta nos preços de bens industriais conseguiu afetar os núcleos, que também subiram. A média dos 5 núcleos acompanhados pelo BC subiu de 0,28% M/M para 0,51% M/M entre os IPCAs de setembro e outubro. Comparando ao IPCA-15 de outubro, no entanto, houve uma leve desaceleração, uma vez que a média desses núcleos havia sido de 0,54% M/M. Ainda assim, os núcleos se encontram em nível razoavelmente elevado na margem, mas em 12 meses ainda predominam os efeitos desinflacionários dos meses anteriores, estando em 2,4% A/A.

A inflação esperada pela SulAmérica Investimentos para o restante de 2020 é consideravelmente elevada, com alta em preços industriais devido à situação de falta de estoques e aumento de custos, vistos nos índices de preços ao produtor dos últimos meses, associada também à demanda elevada pelos auxílios governamentais. Assim, o IPCA de novembro e de dezembro deve ficar em 0,64% M/M e 0,78% M/M, respectivamente, com a inflação em 2020 alcançando 3,7%. A projeção para inflação em 2021 é de 3,2%, diminuindo em relação a esse ano devido à normalização da situação dos estoques, redução dos estímulos fiscais em momento em que ainda há bastante desemprego e dissipação dos aumentos de preços causados pela depreciação cambial.

Topo