Economic Highlight – PIB (1T20)

Economic Highlight – PIB (1T20)

O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil teve queda de -1,5% T/T no 1º trimestre de 2020. A variação foi mais baixa que a expectativa da SulAmérica Investimentos (-1,2%) mas igual à mediana de projeções do mercado (-1,5%). Houve uma ligeira revisão para baixo nos dados anteriores, com o PIB do 4º trimestre estando 0,2% abaixo do divulgado anteriormente. A variação A/A do PIB ficou em -0,3% A/A no 1º trimestre, interrompendo 12 trimestres consecutivos de crescimento. A variação em 4 trimestres, por sua vez, diminuiu de 1,1% no final de 2019 para 0,9% no começo de 2020.

A pandemia de Covid-19 e o distanciamento social para contê-la tiveram efeitos sobre a atividade econômica brasileira a partir da metade de março, afetando parcialmente o PIB do 1º trimestre. De acordo com os dados mensais do IBC-Br, houve expansão econômica em janeiro e fevereiro (de 0,1% e 0,3%, respectivamente) e queda de -5,9% M/M em março. A atividade no PIB caiu em especial na indústria (-1,4% T/T) e nos serviços (-1,9% T/T), com a agropecuária ainda mostrando crescimento (+0,5% T/T). As quedas mais intensas ocorreram nos setores de aluguéis (-4,6% T/T), construção civil (-2,4% T/T), transporte (-2,4% T/T) e extração mineral (-3,2% T/T).

Do lado da demanda, houve recuo de -2,0% T/T no consumo das famílias, repetindo um padrão visto em outros países em que esse é o componente do PIB mais afetado inicialmente. O consumo do governo seguiu com variação próxima de zero (+0,2% T/T), como tem ocorrido desde o início da vigência do teto de gastos. Houve uma surpreendente alta de 3,1% T/T nos investimentos, dado distorcido em parte pela importação de plataforma de petróleo. A demanda externa, por sua vez, contribuiu negativamente para o PIB em -0,47 pp, com maior parte dessa queda (-0,35 pp) sendo aumento de importações. Dados semanais e mensais de exportações indicam pouca queda até agora, com a manutenção da demanda em especial da China.

Os efeitos do distanciamento social e da pandemia de Covid-19 devem afetar de forma bem mais negativa o segundo trimestre de 2020. A expectativa da SulAmérica Investimentos é de queda de dois dígitos no PIB (-13,9% T/T), com recuperação ocorrendo no segundo semestre. A projeção para o PIB de 2020 foi reduzida para -6,1%, com crescimento apenas parcial em 2021 (3,8%).

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