Economic Highlight – PIB (3T19)

Economic Highlight – PIB (3T19)

O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro teve crescimento de 0,6% T/T no 3º trimestre de 2019, acima do que era previsto pela SulAmérica Investimentos (0,3%) e pela maioria dos analistas do mercado (mediana de 0,4% segundo a Bloomberg). Houve revisão nos dados anteriores do PIB, com as taxas de variação de 2017 e 2018 sendo alteradas de 1,1% para 1,3% e com o patamar do PIB no 2º trimestre de 2019 estando 0,6% acima da última divulgação. O crescimento A/A do PIB passou de 1,1% A/A no 2º trimestre de 2019 para 1,2% A/A no 3º trimestre, enquanto que a taxa de expansão em 4 trimestres diminuiu de 1,1% para 1,0% no mesmo período.

Pelo lado da oferta, houve crescimento mais forte em especial em extração mineral (12,0% T/T). Isso foi resultado da retomada de operações de mineração suspensas após acidentes (que levaram às quedas nos trimestres anteriores, de -6,1% T/T no 1º trimestre e -3,1% T/T no 2º) e também a produção recorde de petróleo no período. O setor de serviços também mostrou melhora, com a variação passando de 0,2% T/T no primeiro semestre para 0,4% T/T no 3º trimestre, com crescimento em especial em comércio (1,1% T/T), comunicações (1,1% T/T) e instituições financeiras (1,2% T/T).

A demanda interna mostrou crescimento forte no 3º trimestre, com variação de 0,7% T/T. Esse já é o terceiro trimestre consecutivo de crescimento na demanda interna, com aceleração em relação aos trimestres anteriores (0,4% T/T no 1º trimestre e 0,5% T/T no 2º trimestre). Houve aceleração do crescimento em especial no Consumo das Famílias, cuja variação passou de 0,2% T/T para 0,8% T/T entre o 2º e 3º trimestre de 2019. Esse aumento no crescimento do consumo foi surpreendente, uma vez que ocorre antes que os efeitos da liberação de saques do FGTS sejam sentidos na economia, o que deve ocorrer só no 4º trimestre. Os Investimentos desaceleraram no 3º trimestre, mas com taxa de crescimento ainda muito forte (2,0% T/T, contra 3,0% T/T no trimestre anterior). O Consumo do Governo, por sua vez, seguiu com variações negativas (-0,4% T/T no 3º trimestre, contra -0,3% T/T no trimestre anterior), como era esperado devido aos cortes em despesas discricionárias feitos pelo governo para manter o teto de gastos.

A demanda externa, por outro lado, seguiu contribuindo negativamente para o PIB. As exportações caíram pelo terceiro trimestre consecutivo, com contração acumulada de -9,5% desde o início do ano (-2,8% T/T no 3º trimestre). As importações, por sua vez, subiram 5,1% desde o começo do ano, com 2,9% T/T apenas no 3º trimestre. A contribuição da demanda externa para o PIB do 3º trimestre foi negativa em -0,7 pp e em 2019 já acumula -1,9 pp.

O crescimento do PIB no 4º trimestre deve acelerar para 0,8% T/T segundo a projeção da SulAmérica Investimentos, com aumento de gastos de consumo devido à liberação de saques de FGTS e PIS/PASEP. A aceleração só não deve ser maior devido ao acúmulo de estoques nos últimos trimestres (1,34 pp de contribuição para o crescimento do PIB desde o começo do ano), que deve ser revertida no final do ano. Assim, o PIB de 2019 deve mostrar variação de 1,2%, mais do que era esperado antes da divulgação de hoje dos dados revisados (0,9%). Para 2020, a expectativa da SulAmérica Investimentos é de crescimento de 2,7%, com o maior carregamento estatístico.

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