Economic Highlight – Produção Industrial (Ago/2020)

Economic Highlight – Produção Industrial (Ago/2020)

A produção industrial brasileira cresceu 3,2% M/M em agosto, abaixo da mediana de projeções do mercado (3,8%) e da expectativa da SulAmérica Investimentos (5,1%). Em relação ao mesmo mês do ano anterior houve queda de -2,6% M/M e a variação em 12 meses ficou praticamente estável, passando de -5,67% para -5,72%.

O dado de agosto mostrou considerável desaceleração do crescimento da produção industrial em relação aos meses anteriores (8,7% M/M em maio, 9,7% M/M em junho, 8,3% M/M em julho), tendo a menor variação desde que a recuperação se iniciou em maio. Em relação ao nível visto antes da pandemia, a produção industrial está 2,6% menor, tendo eliminado mais de 90% da queda vista em março e abril.

Houve crescimento em 16 dos 26 ramos pesquisados e em todas as categorias de uso, porém com bastante variância em relação ao ritmo. A produção de bens de consumo duráveis subiu 18,5% M/M em agosto, enquanto a de bens de consumo não duráveis avançou apenas 0,6% M/M. As duas estão bem próximas do nível pré-pandemia, ficando em 97% e 95,9% daquele patamar. A categoria de uso com melhor desempenho em termos de nível a é a de bens intermediários (com 102,3% da produção de fevereiro), tendo avançado 2,3% M/M em agosto, ajudada pela melhora na demanda externa e demanda reprimida interna. A produção de bens de capital é que tem o nível mais baixo (86,4%), com avanço de 2,4% M/M em agosto. As incertezas que ainda permeiam o cenário brasileiro, em especial fiscal, fazem com que a recuperação nesse setor fique mais fraca em relação aos demais. Por outro lado, a produção de insumos típicos da construção civil já supera o nível pré-pandemia (101,2%), mas com avanço de apenas 0,4% M/M na margem em agosto. Apesar de preços nesse setor estarem subindo de forma substancial, o aumento de demanda é visto como temporário por alguns empresários, sendo causado pelo auxílio emergencial (que deve diminuir e até pode deixar de existir no próximo ano), e, portanto, não leva a mais investimentos ou contratações para aumentar de forma significativa a produção.

A produção industrial deve seguir com variações positivas nos próximos meses, com recuperação na margem até alcançar o nível pré-pandemia, porém também desacelerando. A diminuição dos estímulos fiscais, em especial o auxílio emergencial para famílias, deve prevalecer sobre a diminuição do distanciamento social, levando a essa desaceleração. A expectativa da SulAmérica Investimentos para a produção em setembro é de alta em torno de 1% e para 2020 é de queda de -5,5%, contra -1,1% no ano anterior.

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