Economic Highlight – produção industrial (jun/20)

Economic Highlight – produção industrial (jun/20)

A produção industrial brasileira teve alta de 8,9% M/M em junho, maior que a mediana de projeções do mercado (8,0% M/M) e que a expectativa da SulAmérica Investimentos (7,8% M/M). Houve revisão para cima nos dados anteriores, com a variação de 7,0% M/M de maio sendo revista para 8,2% M/M. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve queda de -9,0% A/A, bem menor que a vista nos meses de maio (-21,9% A/A) e abril (-27,5% A/A).

O aumento na produção industrial em junho foi bastante disseminado, ocorrendo em todas as categorias econômicas e em 24 dos 26 ramos pesquisados (com quedas apenas em produtos alimentícios e coque e produção de bens derivados de petróleo). Em termos de categorias econômicas, o destaque novamente foi produção de bens de consumo duráveis, com variação de 82,2% M/M (após 112,6% M/M no mês anterior). A produção de bens de capital também subiu bastante, crescendo 13,1% M/M em junho após já ter subido 30,2% M/M em maio. A menor alta ocorreu em bens intermediários (4,9% M/M), que também desaceleraram em relação ao mês passado (5,5% M/M).

Em relação ao período pré-pandemia (fev/20), a produção industrial chegou a ficar em 73,4% daquele nível em abril. Apesar do forte crescimento em maio e junho, o patamar da produção industrial ainda é de 86,5% do nível de fevereiro. Dentre as categorias de uso, são os bens semiduráveis e não duráveis (90,6%) e de bens intermediários (90,3%) que mais se aproximam do patamar pré-pandemia. A produção de bens de capital ainda está em 72,9% do nível de fevereiro, enquanto a de bens duráveis está em 59,9% daquele patamar.

Em julho, os indicadores coincidentes sobre atividade geral e industrial indicam crescimento, mas com significativa desaceleração. Os dados de consumo de energia dessazonalizado mostram avanço de 1,8% M/M em julho, contra 3,0% M/M e 3,4% M/M nos meses anteriores. Os indicadores de mobilidade mostraram estabilidade, após subirem 7,1% M/M e 6,4% M/M em maio e junho respectivamente.

A produção industrial, dessa forma, mostra crescimento forte em junho, maior do que esperado pela maioria do mercado. No entanto, o patamar da atividade ainda é significativamente abaixo do visto no período anterior à pandemia. O relaxamento de diversas medidas de distanciamento social, junto com programas governamentais de transferência que ajudaram a manter a renda de pessoas desempregadas, deve fazer a produção industrial seguir crescendo nos próximos meses. O ritmo de crescimento, no entanto, deve ser menor, com a desaceleração sendo causada provavelmente por receios ainda em relação ao elevado número de casos de Covid-19, que fazem as pessoas não retomarem os hábitos de consumo anteriores antes que uma cura seja descoberta. Para 2020, a projeção da SulAmérica Investimentos é de queda de -9,0%, em boa parte causada pelos recuos vistos em março e abril.

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