Hoje da Economia – 21/03/2019

Hoje da Economia – 21/03/2019

Edição 2217

21/03/2019

Ontem o FOMC (Comitê de Política Monetária do Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) surpreendeu o mercado com uma decisão mais dovish, indicando que a maior parte dos seus membros acredita que não devem mais subir juros em 2019 e que o programa de venda de títulos e diminuição do balanço do Fed deve terminar em setembro, mais cedo do que era sinalizado antes (dezembro). Alguns ativos de risco subiram com essa decisão mais dovish ontem, porém boa parte dos mercados parece não estar reagindo mais.

Na Ásia, as bolsas fecharam em sua maioria em alta, ainda reagindo à decisão do FOMC. O índice MSCI Ásia Pacífico subiu 0,5%, com alta de 0,35% na bolsa de Xangai. A bolsa do Japão está fechada hoje devido a feriado. O iene se valoriza contra o dólar, 0,11%, cotado a ¥/US$ 110,59.

Na Europa, as bolsas de ações operam sem direção única. O índice pan-europeu STOXX600 recua -0,11%, com alta de 0,58% no FTSE100 de Londres e 0,08% no CAC40 de Paris, porém queda de -0,22% no DAX de Frankfurt. Hojea primeira ministra britânica, Theresa May, visita o parlamento da União Europeia para pedir uma extensão no prazo para saída do Reino Unido da UE (Brexit), de 3 meses. A decisão precisa ser aprovada de forma unânime pelos membros da União Europeia, e a expectativa é que isso seja feito. O euro está se depreciando -0,22%, cotado a US$/€ 1,1389. A libra recua -0,67%, cotada a US$/£ 1,3115.

Nos EUA, os índices futuros de bolsas operam em ligeira queda. A bolsa chegou a subir bastante após a decisão do FOMC, porém mesmo ontem já terminou o dia em queda, de -0,29% no caso do S&P500. Hoje o índice futuro do S&P500 tem queda adicional de -0,33%. Os juros futuros, por sua vez, caíram ontem e seguem em queda hoje. O yield da Treasury de 10 anos está a 2,5084% a.a., reagindo ao cenário mais dovish do FOMC. O dólar se depreciou diante das outras moedas após a decisão do FOMC ontem, porém hoje está recuperando valor, com o índice DXY subindo 0,46%. O comportamento contra moedas de países emergentes é misto, se valorizando contra umas e desvalorizando contra outras.

Os preços de commodities têm alta pequena na média hoje, com o índice geral da Bloomberg subindo 0,1%. A alta se concentra em metais preciosos, com avanço de 1,7% no preço da prata e 1,0% no preço do ouro. O preço do barril de petróleo tipo WTI recua -0,7%, cotado a US$ 59,75.

No Brasil ontem o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil) teve sua primeira reunião sob a presidência de Roberto Campos Neto. A taxa Selic foi mantida em 6,50%, como era esperado pela maior parte dos economistas. O comunicado do Copom teve um tom mais dovish. Foi dito que os riscos para inflação agora estão simétricos e não mais assimétricos para cima, como estava escrito na decisão anterior, e que a atividade está mais fraca. Entretanto, o Copom disse que isso ainda é reflexo de choques do passado e que é necessário mais tempo para ver como a economia se comporta sem esses choques para só então decidir o que fazer com os juros. Ontem também foi divulgada a proposta de reforma da previdência dos militares, que desagradou setores políticos por conter aumento de salários para algumas categorias e com economia líquida de apenas R$ 10 bi em 10 anos. A bolsa brasileira deve cair com receios em relação à aprovação da reforma da Previdência, enquanto o real deve se apreciar com a alta nos juros mais curtos.

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