Hoje na Economia – 01/07/2022
Cenário internacional
Os mercados globais seguiram performando mal nesta quinta-feira, refletindo o temor associado ao risco crescente de recessão no médio-prazo, que se acentuou após deterioração do balanço de atividade externo ao longo da semana.
Em termos de inflação, o deflator do consumo PCE veio ligeiramente abaixo do esperado (0,6% M/M vs. 0,7% M/M), mas acelerou em relação ao dado anterior (0,2% M/M). O núcleo do PCE, que variou 0,3% M/M, manteve-se estável ante o último mês e também surpreendeu para baixo a expectativa de 0,4% M/M, assim como os gastos com consumo. Apesar dos dados mais comportados na margem, o panorama inflacionário nos EUA segue resiliente e desafiador para a política monetária. Na Zona do Euro, a inflação ao consumidor em junho acelerou de 8,1% para 8,6% no acumulado em 12 meses, a reboque das contínuas pressões nos preços de alimentos e energia resultantes do conflito entre Rússia e Ucrânia.
Hoje, a agenda internacional contemplará mais dados de atividade, com as divulgações de PMIs nos EUA. Na Zona do Euro, o PMI de manufatura veio em linha com o esperado, em 52,8. Na China, o PMI de manufatura, também já divulgado nesta madrugada, ficou em 51,7, acima da expectativa mediana de 50,2 do mercado.
Cenário Nacional
Ontem, o destaque da agenda doméstica foi a divulgação da PNAD Contínua de maio, que trouxe mais um dado robusto do mercado de trabalho. A taxa de desemprego no trimestre ficou em 9,8%, abaixo do projetado pelo mercado, que esperava 10,2%, em linha com o excelente panorama indicado pelos dados do CAGED, divulgado na terça-feira. A surpresa positiva no dado contou com crescimento da população ocupada e incremento marginal nos rendimentos, mostrando resiliência da atividade no 1º semestre, ao passo que piora o balanço de riscos para a inflação do ponto de vista do Banco Central.
A PEC dos combustíveis foi aprovado na noite de ontem no Senado, com custo de R$ 41,25 bilhões fora do teto de gastos, superior ao incialmente previsto, e agora segue para votação na Câmara. Além do reconhecimento do estado de emergência, do aumento do valor do Auxílio Brasil e da zeragem da fila do benefício, do Auxílio Caminhoneiro e da ampliação do Vale-Gás, foram incluídos benefícios a taxistas e ampliação do programa Alimenta Brasil.
Hoje, serão divulgados o IPC-S da última semana de junho e o resultado da balança comercial do mês.