Hoje na Economia – 01/08/2019

Hoje na Economia – 01/08/2019

Edição 2308

01/08/2019

Mercados financeiros caíram bastante ontem após a decisão do FOMC, com o discurso de Powell dizendo que a queda de 25 pb na taxa de juros americana não é o início de um ciclo prolongado de cortes, mas um ajuste no meio do ciclo de negócios, sendo encarada como hawkish e fazendo os preços de ativos recuarem fortemente ontem. Hoje os mercados financeiros se recuperam, de forma geral.

Na Ásia, as bolsas caíram em resposta ao discurso mais hawkish que o esperado de política monetária nos EUA. O índice MSCI Asia Pacific recuou -0,6%, com queda de -0,81% na bolsa de Xangai e -1,23% na bolsa da Índia. O índice Nikkei225 do Japão terminou em alta de +0,09%, com bons resultados corporativos ajudando a bolsa a subir, junto com a depreciação do iene. O iene está se desvalorizando -0,17% agora, cotado a ¥/US$ 108,97. O índice PMI manufatura do Japão foi revisto para baixo em julho, de 49,6 na prévia para 49,4 no dado final. O PMI manufatura divulgado pela Caixin na China veio acima do esperado (49,9 contra expectativa de 49,5), com melhora em novas ordens e produção. As conversas entre EUA e China sobre comércio terminaram em Xangai sem nenhum avanço concreto.

As bolsas abriram na Europa em alta, após forte recuo ontem. O índice pan-europeu STOXX600 sobe 0,53%, com avanços de +0,17% no FTSE100 de Londres, +0,74% no CAC40 de Paris e +0,48% no DAX de Frankfurt. O PMI de manufatura na Zona do Euro em julho teve uma revisão pequena para cima, de 46,4 para 46,5, mas ainda se encontra no menor patamar em quase 80 meses, indicando recessão no setor manufatureiro. O euro está perdendo valor diante do dólar, -0,35%, cotado a US$/€ 1,1037. O Banco da Inglaterra manteve a taxa de juros estável na decisão hoje, em 0,50%.

Nos Estados Unidos, as taxas de juros estão em leve alta hoje, após forte recuo ontem com a aversão ao risco causada pelo tom mais hawkish do Fed. Os juros futuros de 2 anos sobem 2 bps, para 1,89% a.a., enquanto os de 10 anos sobem 3 bps, para 2,04% a.a.. Os índices futuros de bolsas americanas estão em leve alta, com o S&P500 subindo 0,17%. O dólar segue se valorizando contra outras moedas, com o índice DXY subindo 0,37% hoje. Hoje sairão índices de gerentes de compras nos EUA, com expectativa de que o ISM suba de 51,7 para 52,0 e o PMI Markit permaneça em 50.

Os preços de commodities estão em queda após o FOMC. O índice geral da Bloomberg recua -0,69%, com queda mais forte nos preços de metais preciosos (-1,29% no caso do ouro) e energia. O barril de petróleo tipo WTI cai -1,35%, cotado a US$ 57,79.

O COPOM ontem reduziu a taxa de juros em 50 bps, para 6,00% (mediana de expectativas de economistas de 25 bps, mas o mercado já precificava 50 bps), e indicou que deve ocorrer um corte adicional em setembro. O linguajar do Copom, de forma geral, foi dovish, ao descrever um cenário inflacionário benigno e se comprometer com mais uma queda de juros. As projeções de inflação do BC também ficaram ligeiramente abaixo do centro da meta do ano que bem (3,9% contra 4,0%), mesmo no cenário em que os juros caem para 5,5%. Hoje sairá o dado de produção industrial de junho, com a expectativa do mercado sendo de recuo de -0,5% e da SulAmérica Investimentos de -0,8%. O IPC-S da 4ª semana veio acima do esperado, com alta de 0,31% contra expectativa de 0,25%. A bolsa brasileira deve subir, se recuperando da queda de ontem devido à melhora das bolsas internacionais e à queda maior da taxa Selic. O real deve se depreciar diante do dólar, seguindo movimento do final do dia de ontem. Os juros futuros, por sua vez, devem ter queda nos vencimentos mais curtos após o Copom e com a provável retração na produção industrial.

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