Hoje na Economia – 02/09/2021

Hoje na Economia – 02/09/2021

Mercados financeiros iniciam quinta-feira com altas modestas, com investidores aguardando dados sobre emprego nos EUA amanhã para confirmar se o plano do Fed de iniciar a redução dos estímulos monetários (tapering) a partir do final desse ano seguirá ocorrendo ou não.

Na Ásia, as bolsas alternaram ganhos e perdas ao longo do dia, com o índice MSCI Asia Pacific fechando o dia em ligeira alta, de 0,1%. Houve avanços de 0,33% no Nikkei225 de Tóquio, 0,24% no Hang Seng de Hong Kong, 0,84% na bolsa de Xangai, mas queda de -0,97% no KOSPI de Seul. O iene está praticamente estável diante do dólar, valorizando-se 0,01%, cotado a ¥/US$ 110,00. Após o dado ruim de ontem do PMI manufatura Caixin, que indicou maiores problemas para pequenas empresas, o Banco do Povo da China anunciou que aumentará em 300 bilhões de yuan os fundos disponíveis para que bancos emprestem para pequenas e médias empresas.

Na Europa, as bolsas operam sem direção única. O índice pan-europeu STOXX600 tem alta de 0,22%, puxado pelos avanços de 0,13% no CAC40 de Paris e 0,05% no DAX de Frankfurt. Por outro lado, há quedas de -0,05% no FTSE100 de Londres e -0,12% no IBEX de Madri. O euro está se apreciando diante do dólar, +0,12%, cotado a US$/€ 1,1853. A inflação ao produtor na Zona do Euro em julho veio acima do esperado, com variação de 12,1% A/A contra expectativa de 11,1% A/A.

Nos EUA, os índices futuros de ações estão em ligeira alta, de 0,14% no Dow Jones, 0,19% no S&P500 e 0,23% no NASDAQ. Ontem eles ficaram basicamente estáveis, após um dado bom de atividade (ISM manufatura acima do esperado) e outro ruim (criação de empregos privados no ADP abaixo do mínimo das expectativas). Hoje saem dados com pouco impacto sobre mercados: pedidos semanais de seguro-desemprego, encomendas à indústria (a prévia dos bens duráveis já saiu semana passada) e balança comercial. O dólar está perdendo valor diante de outras moedas, com o índice DXY recuando -0,04%. Os juros futuros estão recuando também, com o yield da Treasury de 10 anos caindo 1 pb, para 1,2869% a.a..

Os preços de commodities não têm direção única hoje, mas o índice geral da Bloomberg sobe levemente, 0,25%. Há alta mais forte no preço do petróleo, com o barril tipo WTI avançando 0,42% e sendo negociado a US$ 68,88, após reunião da OPEP+ indicar alta modesta de produção. O ouro também sobe, 0,14%. Por outro lado, há quedas de -1,94% no cobre, -1,02% no níquel, -0,39% no ferro, -0,86% no milho, -0,56% no trigo e -0,20% na soja.

No Brasil, hoje de manhã já saiu o IPC-FIPE de agosto, que veio acima do esperado pelo mercado (1,44% contra expectativa de 1,41). Hoje sairá o dado de produção industrial, com a expectativa mediana sendo de queda de -0,7% M/M, após já ter ficado estável no mês anterior. Também serão divulgados dados de agosto de vendas de carros pela Fenabrave. O mercado ficou um pouco mais pessimista com atividade após o dado abaixo do esperado do PIB divulgado ontem, então surpresa negativa no dado de produção industrial hoje pode afetar ainda mais as projeções. Ontem a Câmara dos Deputados aprovou por larga maioria a reforma do imposto de renda, com o presidente da Câmara, Arthur Lira, tendo costurado um acordo rapidamente com a oposição. A reforma deve reduzir o IRPJ em 7 pp e o CSLL em 1 pp, mas colocar um imposto sobre dividendos de 15% (o texto aprovado ontem mencionava cobrança de 20%, porém ela deve ser alterada nas votações de destaques hoje, segundo acordo entre os partidos). Essa mudança é menor do que foi enviado inicialmente (queda de 10 pp no IRPJ e cobrança de 20% nos dividendos), porém seu avanço deve ser recebido positivamente pelo mercado, por indicar capacidade de aprovar reformas estruturais em meio ao ambiente político tumultuado. A bolsa deve subir, os juros devem cair e o real deve se valorizar hoje.

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