Hoje na Economia – 02/10/2020

Hoje na Economia – 02/10/2020

Mercados abrem os negócios com forte aversão ao risco estampada nos preços, nesta manhã de sexta-feira. Repercute a notícia de que o presidente Donald Trump testou positivo para o covid-19, o que levanta especulações sobre possível adiamento das eleições americanas. A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou um pacote fiscal de estímulos, no valor de US$ 2,2 trilhões, mas sem acordo bipartidário. No Senado, esse pacote pode ser alterado.

Investidores também esperam pelo relatório de emprego que será divulgado nos EUA, logo mais (9h30). Em setembro, o ritmo de criação de vagas prosseguiu no caminho da lenta normalização do mercado de trabalho após o choque de covid-19. Os analistas projetam criação líquida de 875 mil postos de trabalho no mês, abaixo dos 1.371 mil registrados em agosto. A taxa de desemprego deve recuar para 8,2% em setembro, contra 8,4% no mês anterior.

Nos EUA, os índices futuros operam em forte queda, de -1,01% no caso do Dow Jones, -1,06% no S&P500 e -1,56% no NASDAQ. O dólar registra ligeira alta frente às principais moedas, com índice DXY situando-se em 93,77 pontos, com alta de 0,07%. O juro pago pela Treasury de 10 anos recua um ponto base no momento, para 0,67% ao ano.

Na Ásia, onde os mercados da China, Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul estão fechados por conta de feriado, demais bolsas fecharam em queda por conta da incerteza decorrente da notícia sobre a contaminação do presidente dos EUA. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific fechou com queda de -0,30%. No Japão, em dia de aversão ao risco, o iene se valorizou: o dólar recuou para 105,17 ienes contra 105,56 ienes de ontem à tarde. O índice Nikkei fechou em queda de -0,67%, por conta da perda com ações de exportadoras.

Da mesma forma, na Europa, as bolsas operam em queda generalizada. O índice pan-europeu de ações, STOXX600 recua -0,12%, no momento. Em Londres, o FTSE100 cai -0,56%; em Paris o CAC40 recua -0,30%; em Frankfurt o DAX perde -0,61%. O euro é cotado a US$ 1,1710, contra US$ 1,1746 no final da tarde de quinta-feira. O índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro recuou -0,3% na preliminar de setembro, na comparação anual, após queda de -0,2% registrada em agosto. Os analistas projetavam queda de -0,2% A/A para o índice no período.

Os preços das commodities operam com forte queda, nesta manhã, com o índice geral da Bloomberg recuando -1,14%. O preço de petróleo também mostra queda expressiva, com o barril tipo WTI sendo negociado a US$ 33,41, um recuo de -3,38%.

No mercado doméstico, o IBGE divulgará a produção industrial de agosto, que deve ter subido 3,8% na comparação mensal e com recuo de -2,0% em relação a igual mês do ano passado. Nesse dia de forte aversão ao risco, a Bovespa de abrir em queda acompanhando a sinalização dos futuros das bolsas de Nova York. Os juros futuros devem seguir pressionados, enquanto o real deve continuar se desvalorizando diante do dólar, afetado pelo cenário externo adverso. No âmbito político interno, a declaração do presidente Bolsonaro em live de ontem no Facebook, mostrando que o ministro Paulo Guedes continua prestigiado, deve acalmar os ânimos entre os investidores.

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