Hoje na Economia – 03/02/2022
As bolsas voltam a mergulhar no vermelho, após quatro pregões consecutivos operando em alta, refletindo as quedas das gigantes do setor de tecnologia, como a Meta Platforms e Spotify, que divulgaram lucros trimestrais abaixo do que os analistas de mercado esperavam. Um bom motivo para realizar partes dos ganhos auferidos nos últimos dias, enquanto, também, especula-se sobre o ritmo de aperto monetário que será aplicado pelo Fed, ao longo deste ano.
Os fracos resultados da Meta e Spotify pesaram sobre os negócios na Ásia, deixando as bolsas locais operando sem direcional claro. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific, encerrou esta quinta-feira com queda de 0,10%. No Japão, o índice Nikkei caiu 1,06% em Tóquio, interrompendo uma sequência de quatro sessões positivas. O sul-coreano Kospi subiu 1,67% em Seul, após a volta do feriado. Os mercados da China, Hong Kong e Taiwan permanecem fechados.
Na Europa, as principais bolsas da região operam no vermelho, após uma abertura que prometia evoluir positivamente. Esse comportamento reflete a queda das ações do setor de tecnologia, mas também certa cautela dos investidores à espera do anúncio de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE). O BoE deve voltar a subir os juros, o que seria a segunda alta, elevando a taxa básica, provavelmente, para 0,50% ao ano. O Banco Central Europeu (BCE) deve manter seus juros inalterados e reafirmar a intenção de terminar, em março, com o programa de emergência de expansão monetária adotado na pandemia. No momento, o índice STOXX600 registra queda de 0,32%. Em Paris, o CAC40 opera próximo da estabilidade, enquanto o DAX recua 0,22% em Frankfurt. Em Londres, o FTSE100 registra alta de 0,19%. Foi divulgado os números finais dos índices dos gerentes de compras (PMI) de janeiro para a zona do euro. O PMI composto caiu de 53,3 em dezembro para 52,3 em janeiro, vindo ligeiramente abaixo da leitura preliminar e das previsões dos analistas. A atividade permanece em expansão, mas desacelerou por conta dos efeitos da disseminação da variante ômicron do coronavírus em várias partes da Europa.
No mercado americano, os índices futuros das bolsas de Nova York operam em baixa, com destaque para a queda do Nasdaq, que recua 1,98%, refletindo os resultados abaixo do esperado apresentados pelos balanços da Meta Platforms e Spotify. Os futuros do Dow Jones e do S&P 500 recuam 0,17% e 0,82%, respectivamente, refletindo também movimentos de realização de parte dos ganhos recentes. Investidores devem acompanhar a divulgação dos balanços da Amazon e Ford Motor, previstos para hoje. Os rendimentos dos treasuries operam em baixa. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos recua -0,30% para 1,77% ao ano. O índice DXY do dólar mostra certa recuperação nesta manhã, subindo 0,22, a 96,15, enquanto o euro recua para US$ 1,1292/€ (-0,12%) e a libra para US$ 1,3556/£ (-0,15%).
No mercado de petróleo, o contrato futuro do petróleo tipo WTI para março é negociado a US$ 87,56/barril, caindo 0,84%. Essa queda pode ser explicada como realização de lucros após a commodity ter atingido os maiores níveis desde 2014 na semana passada, muito embora permaneça a expectativa de demanda crescente e oferta restrita, o que deve dar sustentação aos preços do produto.
O mercado doméstico abre repercutindo a decisão do Copom, que ontem subiu a Selic para 10,75% ao ano, como esperado pelo mercado. A novidade foi a sinalização de reduzir o ritmo de alta nos próximos movimentos, deixando no ar um sinal de proximidade do final do atual ciclo de aperto monetário. A Bovespa deve acompanhar o recuo das bolsas americanas, principalmente da Nasdaq, enquanto os juros futuros devem sofrer alguns ajustes nos vértices médios e longos por conta da sinalização do Copom.