Hoje na Economia – 05/08/2019

Hoje na Economia – 05/08/2019

Edição 2310

05/08/2019

O aumento das tensões comerciais entre EUA e China, minando ainda mais a confiança de investidores em um entendimento que pudesse chegar a uma solução duradoura, alimenta a aversão ao risco nesta segunda-feira.

Na Ásia, bolsas mergulharam no vermelho. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific fechou com queda de 2,2%, uma da mais aguda do último ano. As consequências da decisão americana de impor novas tarifas de 10% sobre US$ 300 bilhões em importações chinesas resultaram no pedido de Pequim para que empresas estatais reduzissem as compras de produtos agrícolas americanos e a permissão de que o dólar rompesse o nível de 7 yuans, pela primeira vez desde 2008. Em Xangai, o índice Composto da bolsa local terminou o pregão em queda de 1,47%. Em Hong Kong, os protestos contra o governo local ajudou a aversão ao risco, levando o Hang Seng a recuar 2,85%. Na bolsa de Tóquio, o índice Nikkei caiu 1,74%, refletindo também o fortalecimento do iene diante da moeda americana. O dólar é negociado a 106,11 ienes de 106,60 ienes de sexta-feira à tarde. Já na bolsa de Seul, o índice Kospi fechou com queda de 2,56%.

Na Europa, além das incertezas com a guerra comercial sino-americana, ajudam a derrubar as bolsas locais a divulgação de fracos indicadores sobre a atividade econômica da região. O índice de gerentes de compras (PMI) composto da zona do euro recuou de 52,2 em junho para 51,5 em julho, em linha com as projeções dos analistas. Na Alemanha, tanto o PMI serviços como o composto veio abaixo do projetado pelos analistas. O PMI composto alemão caiu de 52,6 em junho para 50,9 em julho, o nível mais baixo em mais de 6 anos. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, recua 1,62%, no momento. Em Londres, o FTSE100 perde 1,76%. O CAC40 cede 1,68% em Paris, o DAX tem queda de 1,26% em Frankfurt.

No mercado americano, a aversão ao risco, que marca os negócios nesta segunda-feira, fez com que os rendimentos dos títulos americanos renovassem a mínima desde o início do pregão. O juro do T-Note de 10 anos encontra-se em 1,767% (-4,16%) nesta manhã, após tocar a marca de 1,763%, um dos menores níveis desde 2016. Os futuros dos principais índices de ações de Nova York apontam para uma abertura em forte queda. No momento, o futuro do Dow Jones perde 1,02%; do S&P 500 recua 1,14%; do Nasdaq cede 1,52%.

Os contratos futuros de petróleo operam em queda, afetados pelo ambiente de forte aversão ao risco que toma conta dos mercados no dia de hoje. Nesta manhã, o contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 55,07/barril, com queda de 1,02%.

A onda de aversão ao risco causada pelo agravamento das tensões comerciais entre EUA e China deve manter os ativos brasileiros pressionados. A Bovespa deve abrir em queda, acompanhando a tendência ditada pelo exterior. O dólar deve voltar às proximidades do R$ 3,90, o que deve ajudar a manter pressionados os vértices mais longos da curva de juros futuros.

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