Hoje na economia – 05/10/2021
As bolsas voltaram a operar no azul, nesta manhã, diante de investidores dispostos a recuperar parte das perdas de ontem, acreditando que o pior do movimento de vendas das ações do setor de tecnologia ficou para trás. Um ambiente mais propício ao risco, no entanto, não está à vista, devido às crescentes preocupações em relação à crise da dívida que se abateu sobre o setor imobiliário chinês. Inflação alimentada pela escassez de commodities diante da desorganização da cadeia de suprimentos também assusta os investidores.
Os índices futuros das bolsas de Nova York exibem altas moderadas, operando perto da estabilidade, após as pesadas perdas registradas ontem. No momento, o futuro do Dow Jones exibe alta de 0,26%; S&P 500 sobe 0,37%; Nasdaq 0,47%. O juro pago pela Treasury de 10 anos encontra-se estável, flutuando em torno de 1,48% ao ano. O índice DYX do dólar sobe 0,18%, situando-se em 93,95 pontos, ganhando dos seus principais pares, menos diante da libra, que é cotada a US$ 1,3614/£, com a moeda inglesa apreciando 0,05%, no momento. A moeda europeia é negociada a US$ 1,1598/€, depreciando 0,19%; o iene é cotado a ¥111.17/US$, desvalorizando 0,21%. Hoje na agenda, a divulgação do ISM-serviços de setembro, que poderá fornecer uma boa visão sobre o dinamismo da economia americana.
Na Europa, as bolsas operam em alta, com o índice pan-europeu de ações, STOXX600, operando no campo positivo pela primeira vez nos últimos oito dias. O índice STOXX600 registra alta de 0,53%, no momento. Demais bolsas da região também exibem variações positivas. Em Londres, o FTSE100 sobe 0,57%; o CAC40 avança 0,64% em Paris; em Frankfurt, o DAX valoriza 0,39%. Esse quadro é beneficiado pelos sinais de que a economia da zona do euro permanece evoluindo próxima de níveis recordes de expansão. O índice dos gerentes de compras (PMI) composto da zona do euro, que engloba os setores industrial e de serviços, caiu de 59 em agosto para 56,2 em setembro, superando a leitura preliminar e as projeções do mercado.
Na Ásia, as bolsas fecharam em baixa, lideradas pelo Japão e Coreia do Sul, com aversão ao risco sustentada pelas preocupações com a alta das commodities, alimentando as pressões inflacionárias globais. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific fechou a sessão de hoje com queda de 0,70%. No Japão, o índice Nikkei amargou queda de 2,19%, enquanto o sul-coreano Kospi caiu 1,89%. Na contramão, o índice Hang Seng fechou com alta de 0,28% em Hong Kong, graças a petrolíferas como a PetroChina, cuja ação valorizou 7,59%, devido ao avanço nos preços do petróleo. Por outro lado, as empresas do setor imobiliário tiveram perdas acentuadas, após a Fantasia Holdings não honrar o pagamento de um bônus em dólar.
No mercado de commodities, os preços seguem em alta. O índice geral de commodity da Bloomberg sobe 0,39%, nesta manhã, com destaque para aquelas relacionadas à energia. O petróleo sustentou as fortes altas de ontem após a Opep+ manter o acordo de retorno gradual da oferta do grupo. O contrato futuro do petróleo tipo WTI para novembro é negociado a US$ 77,85/barril, subindo 0,31%.
No mercado doméstico, as atenções estarão voltadas para a divulgação, pelo IBGE, dos dados de produção industrial de agosto. Os dados devem trazer nova queda da atividade industrial na margem, refletindo a escassez e os altos preços dos insumos e da energia elétrica. Segundo as projeções da mediana do mercado coletadas pela Bloomberg, a produção industrial deve ter recuado 0,3% m/m, permanecendo estável na comparação com igual mês de 2020. Nos mercados, o Ibovespa deve recuperar parte das perdas dos últimos dias, enquanto o dólar deve flutuar em torno dos patamares recentes. Os juros futuros ficarão de olho no dado de produção industrial para definir uma tendência para hoje.