Hoje na Economia 06/04/2018

Edição 1986

06/04/2018

O mau humor volta a tomar conta dos mercados, nesta manhã. O imprevisível presidente dos EUA, Donald Trump, ameaça impor tarifas adicionais no valor de US$ 100 bilhões nas importações da China, que por sua vez, deve retaliar caso a ameaça americana se concretize.

Mercados globais amanhecem pressionados, avaliando os desdobramentos da rixa comercial entre os EUA e a China. Na Ásia, o índice de ações MSCI Asia Pacific perdeu 0,17%, nesta sexta-feira. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 0,36%, mas conseguindo fechar a semana com ganho de 0,36%. Hong Kong voltou a operar após feriado, indo na contramão da região, fechando com valorização de 1,11%, tentando buscar os ganhos da região do dia anterior. Em Seul, o índice Kospi apurou perda de 0,33%. Na China e Taiwan, mercados permaneceram fechados.

Em Nova York, os índices futuros de ações sustentam o mesmo tom negativo observado ontem à noite, quando se veiculou a notícia sobre o desejo de Trump impor tarifas a nova gama de produtos chineses. Neste momento, no mercado futuro, o Dow Jones cai 0,78%; o S&P 500 recua 0,73%; o Nasdaq perde 0,76%. O yield da Treasury de 10 anos recua 0,57%, situando-se em 2,817% ao ano, enquanto o índice DXY, que avalia o comportamento do dólar frente a uma cesta de moedas, permanece estável, com a moeda americana se valorizando moderadamente contra o iene. Além das questões comerciais, a volatilidade também será alimentada por uma agenda econômica americana agitada. Será divulgado o relatório de emprego de março, que deve mostrar a criação de 185 mil novos postos de trabalho no período, recuando ante o volume de 313 mil postos criados no mês de fevereiro. A taxa de desemprego deve recuar de 4,1% para 4,0% com o dado de março. As 14h30 de Brasília, Jerome Powell, presidente do Fed, fará discurso em Chicago, onde se espera por uma avaliação de como os riscos crescentes de uma guerra comercial poderá afetar o atual curso da política monetária americana.

No mercado de petróleo, após as altas dos últimos dias, mercado aproveita para realizar lucros, nesta sexta-feira, influenciado pela elevação das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo. O contrato futuro do petróleo tipo WTI para entrega em maio é negociado a US$ 63,10/barril com queda de 0,62%, nesta manhã.

Os mercados domésticos seguirão reféns do humor externo, onde novos lances sobre o conflito comercial entre os EUA e China, somado ao relatório de emprego americano, devem ditar a tendência para hoje. Neste ambiente volátil e, internamente, um cenário eleitoral que não inspira confiança, investidores ficarão na defensiva, mantendo dólar e juros pressionados, enquanto a Bovespa deve ter viés de baixa, em pregão de alta volatilidade.