Hoje na economia – 06/10/2021

Hoje na economia – 06/10/2021

As preocupações com o crescimento econômico, em meio a uma crise energética e altas taxas de inflação, bem como frente à iminência de o Fed começar a ajustar sua política monetária, sedimentam um ambiente de forte aversão ao risco, nesta manhã de quarta-feira.

No mercado americano, os juros dos Treasuries voltaram a subir, ampliando os ganhos das duas últimas sessões, diante da crescente possibilidade de o Fed iniciar a retirada dos estímulos monetários antes do final do ano. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos subiu três pontos base para 1,55% ao ano. O dólar volta a operar com força, se valorizando frente às principais moedas. O índice DXY do dólar sobe 0,37%, situando-se em 94,32 pontos. O euro é negociado a US$ 1,1547/€, depreciando 0,44%; a libra vale US$ 1,3546/£, desvalorizando 0,59%; o iene é cotado a 111,53 ¥/US$, com ligeira queda de 0,04%. No mercado de ações, a abertura deverá ser negativa, se confirmada a sinalização dos índices futuros das principais bolsas de Nova York. Nesta manhã, o índice futuro do Dow Jones registra queda de 0,95%; S&P 500 cai 1,25%; Nasdaq desvaloriza 1,29%. Na agenda, os investidores irão acompanhar dados sobre a criação de empregos pelo setor privado americano, apurado pela ADP. Segundo as projeções do mercado, foram criadas 430 mil vagas em setembro (374 mil em agosto).

Na Ásia, a maioria das bolsas operou no vermelho, resultante de intenso movimento de vendas de ações de tecnologia diante da elevação dos juros dos Treasuries longos. O índice regional MSCI Asia Pacific terminou a sessão com queda de 0,60%, na quarta queda seguida, com destaque para as fortes baixas de ações da Samsung e Tencent. As maiores quedas foram registradas nas bolsas de Tóquio, onde o Nikkei caiu 1,05%; e em Seul, onde o Kospi registrou queda de 1,82%. Em Hong Kong, onde as negociações com ações da imobiliária chinesa Evergrande continuam suspensas, o Hang Seng teve queda de 0,57%.

Na Europa, as bolsas locais abriram em queda acompanhando os movimentos de baixa dos mercados asiáticos e futuros americanos. Agravou esse quadro, a divulgação de um recuo muito maior do que se esperava para as encomendas à indústria da Alemanha, prejudicada pela crise de abastecimento global. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera em baixa de 1,59%, no momento. Em Londres, o FTSE100 recua 1,28%; o CAC40 perde 1,74% em Paris; em Frankfurt, o DAX desvaloriza 1,96%.

No mercado de petróleo, após quatro sessões consecutivas operando em alta, estimulada pela decisão da Opep+ de manter o acordo existente para retorno gradual da oferta do grupo, as cotações recuam, nesta manhã, em movimento de realização de lucros. O contrato futuro do petróleo tipo WTI, para novembro, é negociado a US$ 78,58/barril, exibindo queda de 0,44%, no momento.

Na agenda doméstica, o IBGE divulga as vendas do comércio varejista referentes ao mês de agosto. No conceito restrito, as vendas devem ter aumentado 0,7% no mês e 2,1% se comparadas a igual mês de 2020. No conceito ampliado – que inclui as vendas de automóveis e materiais de construção – o faturamento real do comércio deve ter caído 0,5% na comparação mensal e subido 3,1% na métrica anual. A FGV divulga o IGP-DI de setembro, que deve exibir deflação de 0,60% no mês e alta de 23,36% no acumulado em doze meses. O Ibovespa deve abrir em queda acompanhando os futuros de ações americanos, em meio a fortes dificuldades em buscar uma reação. O real deve se manter pressionado, dada a força global que o dólar exibe no dia de hoje, podendo pressionar a curva de juros futuros.

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