Hoje na Economia – 07/04/2022

Hoje na Economia – 07/04/2022

Os mercados operam, nesta manhã, repercutindo a ata da reunião de política monetária do Fed realizada em março, quando subiu a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual. O documento subiu o tom, adotou um discurso mais conservador (hawkish), considerando a possibilidade de subir o juro básico em 0,50 p.p. no encontro de maio, buscando fazer o que for preciso para conter a inflação. Ao lado da aceleração da alta dos juros, o Fed planeja reduzir o volume de ativos do seu balanço a um ritmo de US$ 95 bilhões/mês, podendo diminuir o balanço em mais de US$ 1 trilhão por ano.

As preocupações com a intensidade do aperto monetário nos EUA e seus impactos sobre o crescimento econômico e a lucratividade das empresas pesaram sobre os negócios na Ásia, levando as bolsas a fecharem em baixa generalizada. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific fechou em queda de 1,2%, após ter caído 1,4% no pregão anterior. Os principais mercados da região acompanharam o desempenho negativo de Wall Street após o Fed confirmar sua estratégia mais agressiva no combate à inflação. No Japão, o índice Nikkei caiu 1,69% em Tóquio; o Hang Seng apurou perda de 1,23% em Hong Kong; o sul-coreano Kospi perdeu 1,43% em Seul e o Taiex cedeu 1,96% em Taiwan. Na China, o índice Xangai Composto registrou queda de 1,42%, mesmo após o governo reafirmar sua disposição de adotar novas medidas monetárias para estimular o crescimento econômico.

Na Europa, as bolsas operam em alta, nesta manhã, em movimento de recuperação diante da queda de ontem, embora persistam preocupações com a contundência mostrada pelo Fed no ajuste monetário e frente às novas sanções contra à Rússia, devido aos últimos desdobramentos da guerra com a Ucrânia. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, mostra valorização de 0,57%, no momento. Em Paris, o CAC40 sobe 0,42% e em Frankfurt, o DAX registra ganho de 0,35%. Em Londres, o FTSE10 registra perda de 0,24%, acusando a queda nas ações da Shell, após a empresa ter avisado que fará baixa contábil de US$ 4bilhões a US$ 5 bilhões no seu balanço em decorrência de suas atividades na Rússia.

No mercado americano, os rendimentos dos papéis mais longos reverteram parte da alta de ontem, após a divulgação da ata do Fed, considerada hawkish pelos investidores. Nesta manhã, o juro pago pelo T-Bond de 10 anos caiu três pontos base, para 2,57% ao ano. O dólar após esboçar ligeira queda a longo do overnight, retoma o movimento de fortalecimento frente às principais moedas. O índice DXY do dólar sobe 0,16%, a 99,76 pontos. O euro é cotado a US$ 1,0870/€ (-0,24%), enquanto a libra encontra-se estável em US$ 1,3069/£. Os índices futuros das bolsas de Nova York operam sem um denominador comum, sem sinais firmes de reação diante da possibilidade de um aperto monetário mais agressivo por parte do Fed. O índice futuro do Dow Jones exibe queda marginal de 0,05%, enquanto o S&P 500 opera com alta de 0,16%. O futuro do Nasdaq registra alta de 0,37%, no momento. Nesta quinta-feira, além dos dados sobre pedidos de auxílio desemprego, os investidores deverão acompanhar novas manifestações de dirigentes do Fed (James Bullard, Fed St Louis; Charles Evans, Fed Atlanta; Raphael Bostic, Fed Chicago; John Williams, Fed NY).

No mercado de petróleo, as cotações da commodity voltaram a subir, reagindo à queda ocorrida após a Agência Internacional de Energia (AIE) ter anunciado nova liberação de óleo de suas reservas estratégicas. A AIE também alertou sobre a queda nas exportações de petróleo da Rússia, que pode levar o mercado global a um déficit de 3 milhões de barris por dia. Nesta manhã, o contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 97,14/barril, com alta de 0,96%.

No mercado doméstico, os investidores devem repercutir as indicações para a direção da Petrobras, além do anúncio da antecipação da bandeira verde das tarifas de energia elétrica para o dia 16 próximo, trazendo efetivo alívio nas contas dos consumidores. Na agenda, destaque para a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campo Neto, em evento da Legend Investimentos e a do Ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento no Bradesco BBI. 

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