Hoje na Economia – 07/07/2021
Os mercados de risco em geral operam sem convicção, em linha com a cautela dos investidores que esperam pela ata da última reunião de política monetária do Fed. Busca-se por sinais sobre o momento em que a autoridade monetária começará a reduzir os estímulos à economia. Vale lembrar, que após o encontro do mês passado, o colegiado adotou um discurso mais conservador (hawkish), sinalizando que poderia começar a retirar os estímulos antes do que se imaginava. Por outro lado, indicadores econômicos recentes mostram que a economia americana não está tão forte como se imagina, mas também não tão fraca, o que sugere que a normalização da política monetária deve ser gradual.
No mercado americano, os índices futuros das bolsas de Nova York operam sem direcional único, neste momento. O futuro do S&P 500 sobe 0,14%, num sinal de recuperação do mercado à vista após a queda de ontem. O futuro do Nasdaq avança 0,39%, enquanto o Dow Jones tem recuo marginal de -0,03%. Enquanto se aguarda pela ata do Fed, os juros dos Treasuries de longo prazo operam em baixa: o yield do T-Bond de 10 anos recua um ponto base para 1,34% ao ano. O índice DXY do dólar, que mede as variações da moeda americana diante de uma cesta de moedas, opera estável, situando-se em 92,58 pontos. Hoje na agenda, tem a aparição (às 16h30) do presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, membro votante no comitê de política monetária.
Bolsas da Ásia fecharam em direções distintas, sem um denominador comum. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific apurou queda de 0,40% nesta quarta-feira, acumulando perda de 1,3% em julho. O índice acionário japonês Nikkei recuou 0,96% em Tóquio, enquanto o Hang Seng perdeu 0,60% em Hong Kong. O sul-coreano Kospi desvalorizou 0,60% em Seul, em meio a novo salto de covid-19 no país. O Taiex registrou queda de 0,35% em Taiwan. Na China, o índice Xangai Composto terminou a sessão de hoje com ganho de 0,66%. A moeda japonesa é cotada a ¥110,78/US$ se depreciando 0,14%, no momento.
Na Europa, após patinar na abertura, os mercados acionários da região ganharam tração, passando a operar majoritariamente no campo positivo. O índice regional de ações STOXX600 sobe 0,60% no momento. Em Londres, o FTSE100 avança 0,61%; em Paris o CAC40 registra alta de 0,38%; em Frankfurt, o DAX valoriza 0,85%. O mercado de ações praticamente ignorou o fraco dado sobre a produção industrial da Alemanha, que recuou 0,3% m/m em maio, contra a previsão de uma alta de 0,5% m/m. O euro é negociado a US$ 1,1821, com discreta queda de 0,03%, nesta manhã.
Em movimento de recuperação de partes das perdas de ontem, os contratos futuros do petróleo operam em alta, com apostas de que a Arábia Saudita e Emirados Árabes provavelmente chegarão a um acordo sobre o volume da produção nos próximos meses. O contrato futuro do produto tipo WTI para agosto sobe 1,50%, negociado a US$ 74,47/barril.
Na agenda doméstica o IBGE divulga o volume de vendas do comércio varejista nacional, em maio. Segundo a mediana das projeções dos analistas, as vendas no conceito restrito aumentaram 2,3% frente ao mês anterior e 17,5% ante a fraca base formada por maio de 2020. No conceito ampliado, as vendas avançaram 4,7% m/m e 27,1% a/a. Ruídos políticos domésticos, falta de consenso sobre a reforma do IR proposto pelo governo e cautela diante da ata do Fed devem impor mais um pregão de baixa para a Bovespa. Com riscos se acumulando no front político, o dólar deve se manter em R$ 5,20/US$, mantendo também os juros futuros pressionados.