Hoje na Economia 07/12/2020

Hoje na Economia 07/12/2020

A aversão ao risco volta a predominar nesta segunda-feira. Investidores continuam monitorando os impactos da segunda onda da covid-19 em várias partes do mundo, com as notícias de proximidade do início da vacinação em algumas economias avançadas. Ajuda a alimentar a cautela, o aumento das tensões entre EUA e China, enquanto no Reino Unido crescem as chances de um Brexit sem acordo comercial com a União Europeia.

Na Ásia, as bolsas de ações da região não apresentaram um denominador comum. O índice MSCI Asia Pacific fechou o pregão de hoje com perda de -0,30%. Pesaram sobre o humor dos investidores o recrudescimento das tensões sino-americanas e a segunda onda de covid-19 em todo mundo, ofuscando, parcialmente, os bons dados sobre o comércio exterior chinês, divulgados hoje. As exportações da China subiram 21,1% em novembro, na comparação anual, batendo as projeções do mercado. As importações avançaram 4,5% na mesma métrica, ficando abaixo do esperado pelos analistas. Esses dados reforçam a robustez da economia chinesa impulsionado pela demanda externa e doméstica. O índice Xangai Composto fechou o dia com queda de 0,30%. O Hang Seng caiu -1,23% em Hong Kong. O índice Kospi, da bolsa de Seul, fechou com alta de 0,51%; enquanto em Tóquio, o índice Nikkei recuou -0,76%.

No mercado americano, os índices futuros das bolsas de Nova York e os juros das Treasuries recuam em meio ao recrudescimento das tensões sino-americanas. Washington prepara sanções para cerca de doze autoridades do governo chinês por questões envolvendo Hong Kong. Por outro lado, expectativas positivas cercam o novo pacote fiscal americano, após os decepcionantes dados divulgados na sexta-feira sobre o mercado de trabalho, o que poderá fazer com que democratas e republicanos cheguem logo a um acordo. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos recuou três pontos base para 0,93% ao ano. O índice DXY do dólar sobe 0,41%, situando-se em 91,07 pontos no momento, refletindo principalmente o enfraquecimento do euro e da libra inglesa. No mercado futuro de ações, o índice Dow Jones recua -0,60%; S&P 500 cai -0,64%; Nasdaq perde –0,27%.

Na Europa, as negociações sobre um acordo comercial pós-Brexit entre o governo inglês e a União Europeia parecem azedar. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ameaça abandoar as negociações e desistir do acordo comercial com a União Europeia. A libra recua -1,55% diante do dólar, sendo cotada a US$ 1,3225. O mercado de ações também sofre as consequências do crescimento de casos do covid-19 na Europa, onde várias regiões estão adotando severas medidas de restrição à mobilidade social. Nesta manhã, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera em queda de -0,68%. Em Londres, a perspectiva de início de vacinação ainda este ano atenua o mau humor: o FTSE100 sobe discretos 0,11%. Em Paris, o CAC40 tem queda de -1,07%; o DAX perde -0,75% em Frankfurt. O euro recua -0,29% ante o dólar, sendo negociado a US$ 1,2086, no momento.

O temor da segundo onda de covid-19 também impõe perdas às commodities em geral. O índice geral de commodity da Bloomberg opera com queda de -1,35%. O contrato futuro de petróleo tipo WTI, para janeiro, cai -1,64%, negociado a US$ 45,51/barril.

No Brasil, a semana inicia repercutindo a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de considerar inconstitucional a possibilidade de reeleição dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). A briga política em torno das eleições para os novos dirigentes das duas casas deve se acirrar até fevereiro, com reflexos negativos sobre a agenda fiscal. A Bovespa deve acompanhar o ambiente externo, não muito propício ao risco. O real deve se depreciar, acompanhando a alta global do dólar, enquanto os DIs devem seguir sensíveis à discussão fiscal.

Topo