Hoje na Economia – 08/03/2022

Hoje na Economia – 08/03/2022

Notícias de que a União Europeia considera a possibilidade de lançar uma grande emissão conjunta de bônus para financiar energia e defesa animaram os mercados, revertendo uma abertura que apontava para mais um dia de fortes baixas para os mercados em geral. Os índices futuros das bolsas de Nova York passaram para o positivo, os mercados acionários da Europa ampliaram ganhos, o dólar embicou para baixo e os juros dos Treasuries foram às máximas, enquanto a alta do petróleo perdeu força.

Na Ásia, as bolsas fecharam em baixa generalizada, com investidores temendo os aumentos das pressões inflacionárias alimentada pela alta das commodities, colocando em risco o crescimento global, ao mesmo tempo em que ponderavam as consequências de possíveis sanções mais severas do Ocidente contra a Rússia, em meio ao acirramento do conflito bélico. O índice regional MSCI Asia Pacific fechou o dia com queda de 1,6%, levando o índice a acumular queda de 23% desde o pico de alta atingido em fevereiro de 2021. A China liderou as quedas na região, com o índice Xangai Composto recuando 2,35% na sessão desta terça-feira. No Japão, o índice Nikkei caiu 1,71% em Tóquio, enquanto o Hang Seng desvalorizou 1,39% em Hong Kong. O sul-coreano Kospi cedeu 1,09% em Seul; o Taiex registrou baixa de 2,06% em Taiwan.

Na Europa, após uma abertura em forte baixa, as bolsas de ações passaram a se recuperar com a notícia de emissão de bônus pela União Europeia para financiar energia e defesa. No entanto, permanece a cautela, com investidores avaliando a possibilidade de os EUA e aliados europeus de banirem importações de petróleo e gás russo. Na agenda econômica, dados sobre a produção industrial alemã de janeiro surpreendeu positivamente (+2,7% m/m ante projeção de +0,5% m/m), enquanto se aguarda pela divulgação dos dados finais sobre o PIB da zona do euro no 4T21. No momento, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra valorização de 0,89%; em Londres, o FTSE100 sobe 0,31%; o CAC40 avança 1,97% em Paris; em Frankfurt, o DAX valoriza 1,29%.

Os juros dos Treasuries subiram sete pontos base, acompanhando a elevação da remuneração dos bônus alemães, após o anúncio da União Europeia, de emissão de bônus, o que significa injeção adicional de estímulos à economia. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos subiu para 1,83% ao ano, enquanto o índice DXY do dólar recua 0,16%, situando-se em 99,14 pontos. O euro valoriza 0,28%, subindo para US$ 1,0884/€; a libra é negociada a US$ 1,3120/£, valorizando 0,12%, no momento. Os índices futuros das principais bolsas de Nova York exibem altas, sugerindo um dia de possível recuperação para os mercados à vista. O índice futuro do Dow Jones sobe 0,16%; o S&P 500 avança 0,30%; Nasdaq tem alta marginal de 0,09%.

Os contratos futuros de petróleo operam em alta, ampliando os ganhos da sessão anterior, diante a possibilidade de os EUA banirem as importações de petróleo russo. Nesta manhã, o contrato futuro do petróleo tipo WTI para abril exibe valorização de 2,41%, negociado a US$ 122,31/barril.

Na agenda econômica doméstica, a FGV divulga o IGP-DI de fevereiro, que deve mostrar inflação de 1,41% no mês, acumulando alta de 15,39% em doze meses, segundo a mediana das projeções do mercado. O governo prossegue na busca de uma solução para aliviar o impacto da disparada do petróleo sobre os preços dos combustíveis domésticos. Para hoje, o Ibovespa pode recuperar parte das perdas recentes, diante do ambiente mais positivo no exterior. O real deve se beneficiar da fraqueza que o dólar exibe nesta manhã, enquanto os juros podem devolver parte das altas recentes.

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