Hoje na Economia 08/06/2018

Hoje na Economia 08/06/2018

Edição 2029

08/06/2018

Investidores evitam ativos de risco em geral, nesta sexta-feira. Assustam os investidores as notícias de que a economia europeia dá sinais de fraqueza no início do segundo trimestre, ao mesmo tempo em que quedas nos ativos da África do Sul e Brasil alertam os investidores dos perigos que rondam os mercados emergentes.

Na Europa, os juros dos bônus soberanos sobem, enquanto as bolsas recuam e a moeda comum perde frente às principais divisas. Estraga o humor dos investidores os dados decepcionantes da produção industrial alemã em abril. A produção industrial alemã recuou 1,0% em abril ante março, frustrando a expectativa dos analistas. Esse dado, ao lado de outros divulgados recentemente, aponta para um segundo trimestre fraco, após um primeiro trimestre apenas moderado. No mercado de ações, o índice DAX da bolsa de Frankfurt recua 1,02% no momento. Paris e Londres seguem a mesma tendência: CAC40 recua 0,25%; FTSE100 perde 0,76%. O índice pan-europeu de ações STOXX600 tem queda de 0,55%. O euro recua 0,27% ante ao dólar, sendo negociado a US$ 1,1766.

Na Ásia, as bolsas locais fecharam em baixa generalizada, com investidores realizando lucros, em movimento de redução da exposição ao risco, se preparando para a próxima semana, quando ocorrem eventos importantes, como as reuniões de politica monetária do Fed e do Banco Central Europeu. Outro evento importante para a região será o encontro entre o presidente Donald Trump com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Cingapura, na terça-feira. O índice MSCI Asia Pacific fechou esta sexta-feira com queda de 0,90%. Na China, dados sobre a balança comercial mostraram superávit de US$ 24,92 bilhões (US$ 28,78 bi em abril), com destaque para forte desempenho das importações. O menor superávit não impediu que o saldo positivo com os EUA aumentasse, o que deve elevar as pressões de Washington para reduzir o desequilíbrio do comércio entre os dois países. No mercado de ações, o índice Xangai Composto recuou 1,36%. Em Hong Kong, o Hang Seng interrompeu uma sequencia de seis pregões positivos, encerrando os negócios em baixa de 1,76%. Em Tóquio, o Nikkei foi pressionado pela força do iene diante do dólar durante o pregão, fechando em baixa de 0,56%. O dólar é negociado a 109,32 ienes de 109,65 ienes de ontem à tarde.

No mercado americano, o juro pago pelo T-Bond de 10 anos recuou para 2,899% de 2,913% de ontem à tarde, por conta da busca por segurança. O dólar sobe frente às principais moedas fortes (índice DXY sobe 0,20%), como também diante de moedas emergentes, com destaque para moeda sul-africana que se desvaloriza 1,76%, no momento. Os futuros de ações da bolsa de Nova York apontam para uma abertura dos negócios em baixa: o futuro do Dow Jones perde 0,54%. Do S&P 500 recua 0,51%; o Nasdaq tem queda de 0,89%.

No mercado de petróleo, movimentos de realização de lucros impõem quedas às cotações do produto nesta manhã. O contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 65,68/barril, com queda de 0,41%, nesta manhã.

O mercado brasileiro deve abrir reagindo às declarações do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em entrevista coletiva dada ontem à noite. Com o objetivo de estabilizar o mercado de câmbio, anunciou a colocação de US$ 20 bilhões de swap até o final da próxima semana, que, caso se mostre insuficiente, o BC poderá usar as reservas e leilões de linha. Elevar os juros para conter o dólar não faz parte do cardápio. Os investidores mostram-se cada vez mais avessos aos mercados emergentes, o que significa que as pressões sobre a moeda brasileira devem continuar. Neste caso, se a oferta de hedge, através dos swaps, não for suficiente, o BC deverá atuar nos negócios à vista, utilizando-se das reserva.

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