Hoje na Economia – 09/03/2020

Hoje na Economia – 09/03/2020

Preocupações com a epidemia do coronavírus, que se espalha por mais de 100 países, ameaçando o crescimento mundial e desentendimentos entre os grandes produtores de petróleo, derrubando os preços da commodity, deixam os mercados a beira do pânico nesta manhã de segunda-feira. A forte aversão ao risco alimenta a busca por ativos seguros, empurrando os juros dos títulos soberanos para patamares historicamente baixos, aumentando a procura por moedas consideradas porto seguro, como o iene e franco suíço, e pelo ouro. Demais commodities, seguem o petróleo, registrando baixas acentuadas.

Na Ásia, os mercados fecharam majoritariamente em baixa, acompanhando a queda nas cotações do petróleo, que agravou o sentimento pessimista gerado pelo coronavírus. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific fechou o dia com queda de 4,2%. No Japão, o índice Nikkei chegou a operar com queda superior a 7%, recuperando-se parcialmente na segunda metade do pregão, fechando em 5,07%. O mau humor em Tóquio foi também acentuado após a revisão do PIB japonês que sofreu contração anualizada de 7,1% no último trimestre de 2019, superior ao inicialmente estimado. Na China, o índice Xangai Composto recuou 3,01%; enquanto o Hang Seng terminou o dia com perda de 4,23% em Hong Kong. O sul-coreano Kospi perdeu 4,19%; o Taiex teve queda de 3% em Taiwan. O dólar sofre forte baixa ante a moeda japonesa, fortalecida pela busca de proteção, sendo cotado a 102,38 ienes, contra 105,40 ienes de sexta-feira à tarde.

As bolsas europeias operam em firme baixa, nesta manhã, ressentindo-se da forte aversão ao risco que toma conta dos principais mercados no dia de hoje. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra queda de 5,30%, no momento. Em Londres, o FTSE100 perde 6,16%; o CAC40 cede 6,04% em Paris; o DAX tem queda de 5,44% em Frankfurt. O euro é negociado a US$ 1,1415, subindo em relação ao valor de US$ 1,1287 de sexta-feira à tarde.

No mercado americano, a busca por segurança provocou forte queda nos juros das Treasuries de 10 e 30 anos, que renovaram mínimas históricas, ao longo da madrugada. No momento, o yield do T-Bond de 10 anos encontra-se em 0,4808% ao ano, com queda de 37,5%. O rendimento do T-Note de 30 anos encontra-se abaixo de 1%, 0,8706% no momento. O dólar perde terreno para as moedas consideradas porto seguro. O índice DXY situa-se em 95,32 pontos, recuando 0,66%, nesta manhã. Os futuros de ações apontam para uma abertura em acentuada queda para os principais índices de ações da bolsa de Nova York. No momento, o índice futuro do Dow Jones recua 4,87%; S&P 500 perde 4,89%; Nasdaq tem queda de 4,82%.

Os futuros de petróleo operam em forte baixa, mantendo o comportamento visto ontem à noite após a Arábia Saudita reduzir os preços da commodity, sinalizando para forte aumento de sua produção em abril. Essa decisão veio após Opep e produtores independentes não chegarem a um acordo para corte adicional na produção como parte da estratégia para amenizar o impacto econômico do coronavírus. No momento, o petróleo tipo WTI, para abril, é negociado a US$ 32,83/barril, com queda de 20,45%.

Esse ambiente de forte aversão ao risco, motivado pela queda nos preços do petróleo e temores em relação à epidemia do coronavírus, deve tomar conta da Bovespa, que deve abrir em forte queda, acompanhando a tendência vista nas principais praças do mundo. Dólar mais fraco em termos globais; petróleo em baixa acentuada e fraca atividade doméstica devem reforçar apostas em cortes mais acentuados da Selic no Copom da próxima semana.

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