Hoje na Economia – 09/09/2021

Hoje na Economia – 09/09/2021

Mercados financeiros internacionais operam em baixa por mais um dia. Seguem as preocupações com os aumentos de casos de Covid-19 devido à variante Delta, mas também há receios em relação à política monetária de países desenvolvidos, que pode ser apertada quando as economias desses países dão sinais de desaceleração.

Na Ásia, as bolsas fecharam em queda. O índice regional MSCI Asia Pacific caiu -1%, com variações de -0,57% no Nikkei225 de Tóquio, -2,30% no Hang Seng de Hong Kong, -1,53% no KOSPI de Seul, mas alta de 0,49% na bolsa de Xangai. Dados de inflação na China vieram mistos, com a inflação ao consumidor de agosto abaixo da esperada (0,8% A/A contra 1,0% A/A), e a inflação ao produtor acima da esperada (9,5% A/A contra 9,0% A/A). O governo chinês segue com intervenções em setores, como de jogos online, e o governo coreano começa a tomar medidas similares. O iene se valoriza diante do dólar, +0,32%, cotado a ¥/US$ 109,90.

Na Europa, todas as bolsas operam no negativo, com quedas de -0,47% no índice pan-europeu STOXX600, -1,22% no FTSE100 de Londres, -0,28% no CAC40 de Paris, -0,25% no DAX de Frankfurt. O euro está se apreciando diante do dólar, +0,14%, cotado a US$/€ 1,1833. Hoje ocorre a reunião do Banco Central Europeu, e o mercado tem receio de que seja anunciada redução no ritmo de compra de títulos, atualmente em € 80 bi/mês no PEPP (programa emergencial de combate à pandemia).

Nos EUA, os índices futuros de ações estão caindo, -0,24% no caso do Dow Jones, -0,23% no S&P500 e -0,19% no NASDAQ. O dólar está perdendo valor diante de outras moedas, com o índice DXY caindo -0,11%. Os juros futuros estão praticamente estáveis, com o yield da Treasury de 10 anos em 1,3258% a.a.. Hoje saem apenas os dados de pedidos semanais de seguro-desemprego, que vem mostrar ligeira queda na margem. Hoje dois membros do FOMC, Daly e Williams, fazem discurso, sendo que alguns membros do FOMC ontem foram mais hawkish, como Kaplan.

Os preços de commodities estão operando sem direção única. O índice geral da Bloomberg sobe 0,14%, muito influenciado pela alta de petróleo. O barril tipo WTI sobe 0,19%, cotado a US$ 69,43, com a produção americana demorando para voltar ao normal depois do furacão. O níquel também sobe, 1,03%, junto com o ouro (0,20%). Por outro lado, há quedas de -1,09% no cobre, -2,13% no ferro, -0,61% na soja, -0,88% no milho e -1,41% no trigo.

No Brasil, hoje sai o dado do IPCA de agosto, com expectativa mediana do mercado sendo de alta 0,71% M/M, contra 0,96% M/M no mês anterior. Os mercados brasileiros devem seguir reagindo à piora do ambiente institucional, com manutenção da tensão entre os poderes da república e greve dos caminhoneiros em alguns estados. A bolsa deve cair, com piora nos preços de commodities e possibilidade de intervenção em estatais para aumentar a popularidade do governo, em especial com caminhoneiros, o real deve se depreciar e os juros futuros devem subir. É possível que o vencimento curto da curva de juros futuros responda ao IPCA, porém a maior parte do movimento deve seguir ocorrendo devido a problemas institucionais.

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