Hoje na Economia 09/11/2016

Edição 1640

09/11/2016

Mercados reagem de forma extremada à eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Os preços dos títulos soberanos sobem em varias partes do mundo, enquanto despencam as bolsas de ações e o dólar recua frente às principais moedas, favorecendo porto seguro como o iene japonês. Moedas emergentes, como lira turca e peso mexicano, registram pesadas perdas, no momento.

Na Ásia, as bolsas abriram em alta, mas reverteram a trajetória à medida que se confirmava a vitória de Donald Trump. O índice de ações regional MSCI Asia Pacific fechou esta quarta-feira com queda de 2,6%. Em Tóquio, o índice Nikkei sofreu um tombo de 5,36%, o maior desde 24 de junho, por ocasião do Brexit. A moeda japonesa se fortaleceu. O dólar passou a ser cotado a 103,38 ienes, contra 105,13 ienes de ontem à tarde. Na China, o índice Composto de Xangai fechou com perda de 0,62%, enquanto o índice Hang Seng da bolsa de Hong Kong teve desvalorização de 2,16%, no pregão de hoje.

Na Europa, mercados reagem negativamente ao resultado do pleito presidencial americano. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com queda de 1,80%, nesta manhã. Em Londres, o índice FTSE 100 opera em baixa de 1,18%: em Paris o CAC40 perde 2,07%; em Frankfurt, o DAX recua 2,17%. O euro é negociado a US$ 1,1105, subindo em relação à cotação de US$ 1,1019 do final da tarde de ontem.

No mercado americano, a surpresa da vitória do republicano levou a rápida mudança de posicionamento nos mercados em geral. O índice futuro de ações registra, no momento, queda de 1,49%. O dólar afunda frente às principais moedas: o índice DXY cai 0,62%, situando-se em 97,255 pontos (97,605 ontem na abertura dos negócios europeus). O juro pago pelo T-Bond de 10 anos recua 0,38%, situando-se em 1,846% ao ano.

A onda de aversão ao risco desencadeada pela vitória de Donald Trump derrubou as cotações do petróleo. O contrato futuro do tipo WTI, para entrega em dezembro, é negociado a US$ 44,41/barril, com queda de 1,27%, nesta manhã. O índice Geral de Commodity da Bloomberg perde 0,10%, no momento.

Mercados brasileiros devem refletir o ambiente global de aversão ao risco que tomou conta dos mercados após a vitória de Trump à presidência da maior economia do mundo. A Bovespa deverá acusar quedas, seguindo as bolsas de Nova York, bem como ao recuo das commodities e petróleo. O real pode ficar pressionado ante as reduções das posições em ativos brasileiros, enquanto os juros devem seguir a evolução das treasuries e do dólar. Ainda no mercado de juros, atenção para a divulgação do IPCA fechado de outubro, que segundo a mediana das projeções do mercado deve mostrar inflação de 0,29% no mês e 7,91% em doze meses.