Hoje na Economia – 10/03/2022

Hoje na Economia – 10/03/2022

As principais bolsas internacionais operam sem direcional único, nesta manhã. As bolsas da Ásia fecharam com fortes altas, mas os futuros americanos e bolsas europeias exibem quedas. Além das preocupações com o desenrolar do conflito no Leste Europeu, investidores estão de olho na inflação americana, que deve continuar em nível recorde, e na reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). A guerra na Ucrânia e as sanções impostas sobre a Rússia agravaram os desequilíbrios no mercado de commodities, já afetado pela pandemia, gerando um típico choque de oferta (alta inflacionária e queda na atividade) aguçando o interesse sobre as próximas ações dos bancos centrais.

Na Ásia, o rali mostrado pelas ações no dia de ontem foi o maior desde novembro de 2020, estimulado pela alta das bolsas de Wall Street, impulsionadas pela perspectiva de um acordo negociado entre Rússia e Ucrânia, como também pelo recuo dos preços do petróleo. A bolsa japonesa foi destaque de alta. O índice Nikkei subiu 3,94% em Tóquio, o maior desde junho de 2020. O sul-coreano Kospi avançou 2,21% em Seul, após a volta do feriado por conta das eleições presidenciais realizadas ontem. Em Hong Kong, o índice Hang Seng apurou alta de 1,27%; enquanto o Taiex valorizou 2,46% em Taiwan. Na China, o índice Xangai Composto registrou ganho de 1,22%. O índice MSCI Asia Pacific apurou alta de 2,3% na sessão de hoje.

Na Europa as bolsas abriram em baixa, apagando parte dos ganhos obtidos no pregão de ontem, quando sinais de que a Ucrânia está disposta a buscar uma solução diplomática para o conflito estimulou o apetite ao risco dos investidores. Hoje o foco é na reunião de política monetária do BCE. Deve deixar de lado as discussões sobre como ocorreria a saída do atual quadro expansionista, focando em como enfrentar um choque de oferta causado pela guerra Rússia/Ucrânia que deve provocar choques inflacionários e impactos negativos sobre o crescimento econômico. No momento, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, exibe queda de 1,03%. Em Londres, o FTSE100 perde 0,97%; o CAC40 cai 1,93% em Paris; em Frankfurt, o DAX recua 1,96%.

No mercado de Treasuries, a volta do apetite ao risco promoveu vendas nesse mercado, levando a remuneração do T-Bond de 10 anos a recuar três pontos base, para 1,92% ao ano. O índice DXY do dólar opera em alta de 0,23%, no momento, situando-se em 98,16 pontos. O euro é negociado a US$ 1,1046/€ desvalorizando 0,26%; a libra é cotada a US$ 1,3164/£, recuando 0,13%. Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em baixa nesta manhã, sinalizando que o mercado à vista deve devolver parte dos ganhos obtidos no rali de ontem. O índice futuro do Dow Jones cai 0,28%; S&P 500 recua 0,23%; Nasdaq perde 0,31%. Será divulgado, logo mais, a inflação ao consumidor (CPI) de fevereiro, que deve registrar novo recorde ao exibir alta de 8,0% anuais para o índice cheio e 6,4% para o núcleo (Core CPI), segundo as projeções do mercado.

Os contratos futuros de petróleo voltaram a operar em alta, após a maior queda dos últimos três meses verificada ontem, em meio às notícias sobre uma solução diplomática para o conflito no Leste Europeu e elevação da produção por parte da Opep. Nesta manhã, o contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 111,13/barril, exibindo alta de 2,27%.

Na agenda econômica interna, o IBGE divulga as vendas no varejo de janeiro, que no conceito restrito devem mostrar alta de 0,3% m/m e queda de 2,8% a/a, enquanto no conceito ampliado, as vendas devem mostrar quedas de 1,1% m/m e de 2,6% a/a. À espera da divulgação da inflação nos EUA e novidades em relação ao conflito Rússia/Ucrânia, o Ibovespa deve abrir em baixa acompanhando os futuros americanos, enquanto o dólar deve permanecer acima de R$ 5,00, e os juros longos continuar devolvendo parte dos exageros recentes.

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