Hoje na Economia 10/04/2018

Hoje na Economia 10/04/2018

Edição 1988

10/04/2018

A China devolve aos mercados o bom humor e alimenta o apetite ao risco nesta terça-feira. O presidente da China, Xi Jinping, em discurso feito durante o Fórum Boao para Ásia, reafirmou o compromisso com o livre comércio e reiterou os esforços chineses no sentido de ampliar a abertura dos mercados locais para os investimentos estrangeiros. Especificamente, afirmou que pretende reduzir tarifas sobre importações de carros e de outros produtos, além de fortalecer a proteção dos direitos de propriedade intelectual de companhias estrangeiras.

Na Ásia, mercados de ações fecharam majoritariamente em alta. O índice regional MSCI Asia Pacific encerrou o pregão com valorização de 0,80%. Na China, o índice Xangai Composto subiu 1,66%, seu maior ganho em seis semanas, na esteira dos comentários de Xi Jinping, graças ao bom desempenho de grandes bancos, corretoras e seguradoras. Em Tóquio, o índice Nikkei apurou ganho de 0,54%, puxado pelas ações das montadoras que reagiram à possibilidade de tarifas chinesas menores para importações de carros. Em outras partes da Ásia, o Hang Seng subiu 1,65% em Hong Kong; em Seul, o Kospi avançou 0,27%; em Taiwan, o Taiex registrou alta de 0,30%. No mercado de câmbio, o dólar subiu para 107,00 ienes de 106,75 ienes no fim da tarde de ontem.

Na Europa, as bolsas de ações acompanharam a alta das bolsas asiáticas, estimuladas pelas ações relacionadas às commodities, como petróleo e minérios. O índice pan-europeu de ações STOXX600 opera com valorização de 0,59%, nesta manhã. Em Londres, o FTSE100 sobe 0,40%; em Paris, o CAC40 avança 0,64%; em Frankfurt, o DAX registra ganho de 1,06%. O euro é negociado a US$ 1,2328, de US$ 1,2324 no fim da tarde de ontem.

O discurso do líder chinês, Xi Jinping, a favor de maior abertura do comércio mundial impulsiona também os futuros de ações de Nova York. O Dow Jones futuro tem alta de 1,12%, nesta manhã; o futuro do S&P 500 avança 1,12%; o Nasdaq ganha 1,55%. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos sobe para 2,801% ao ano, de 2,779% no fim da tarde de ontem. O valor do dólar frente a uma cesta de moedas, medido pelo índice DXY, não mostra tendência clara, flutuando em torno da estabilidade. Hoje será conhecido o índice de preços ao produtor (PPI) de março, que deve mostrar elevação de 2,9% em termo anuais para o índice cheio, enquanto o seu núcleo (Core PPI) deve subir 2,6%, também na comparação anual.

A melhora do humor que seguiu ao discurso do presidente chinês contagiou também os mercados de commodities. O índice geral de Commodity da Bloomberg sobe 0,30%, nesta manhã, com destaque para minérios e energia. O contrato futuro do petróleo tipo WTI para maio é cotado a US$ 64,41/barril, com valorização de 1,23%.

A disposição mostrada pelos dirigentes chineses de evitar uma guerra comercial poderá ter algum efeito positivo sobre os mercados domésticos, envoltos em um cenário eleitoral cada vez mais incerto, podendo levar a resultados contrários aos interesses do mercado. Essa incerteza deve manter o dólar em torno de R$ 3,40/US$ e limitar a capacidade de reação da Bovespa, apesar do ambiente externo favorável. O IBGE divulga hoje, o IPCA de março, que deve mostrar inflação de 0,12% no mês e 2,72% em doze meses, segundo o consenso do mercado.

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