Hoje na Economia 10/12/2018

Hoje na Economia 10/12/2018

Edição 2153

10/12/2018

Semana começa com mercados tomados por forte aversão ao risco, alimentado pelo recrudescimento das tensões comerciais entre os EUA e a China. Ajudam a turvar o ambiente de negócios o agravamento da crise diplomática em torno da prisão da CFO da Huawei Technologies, em meio a sinais de que a guerra comercial já começa afetar negativamente a economia chinesa.

O crescimento das exportações chinesas mostrou forte desaceleração em novembro, refletindo os efeitos da dissipação dos movimentos de antecipação de embarques devido às tensões comerciais com os EUA. As exportações subiram 5,4% em relação a novembro de 2017, perdendo ritmo em relação ao aumento de 15,6% em outubro. As importações avançaram 3,0% no comparativo anual, ante um ganho de 21,4% em outubro. Os analistas previam crescimento de 10% para as exportações e 14,4% para as importações. Em Xangai, o índice Composto fechou com queda de 0,82%. O Hang Seng teve queda de 1,19% em Hong Kong. No Japão, a continuidade do enfraquecimento da moeda americana frente o iene continuou afetando negativamente o mercado de ações japonês. O índice Nikkei fechou com queda 2,12% em Tóquio. Nesta manhã, o dólar é cotado a 112,64 ienes, de 112,82 ienes na sexta-feira. Em outras partes da Ásia, o sul-coreano Kospi caiu 1,1% em Seul; o Taiex teve queda de 1,2% em Taiwan.

Sinais de enfraquecimento da demanda chinesa, refletidos nos fracos números das importações de novembro, ao lado de dados que mostraram arrefecimento do mercado de trabalho americano alimentaram as apostas de que o Fed deve reduzir a intensidade do aperto monetário em 2019. O euro e o iene se fortaleceram frente à moeda americana, que se manteve relativamente estável em relação à cesta de moedas, segundo o índice DXY que se mostra estável, nesta manhã. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos encontra-se em 2,849% ao ano, recuando frente à taxa de 2,855% verificado no fim da tarde de sexta-feira. O mercado futuro de ações de Nova York aponta para mais uma abertura em queda: o índice futuro do Dow Jones cai 0,22%; do S&P 500 recua 0,27%; Nasdaq perde 0,25%, no momento.

Na Europa, o quadro não é diferente. Bolsas acompanham a tendência ditada pelos mercados asiáticos e futuros americanos, operando em fortes quedas. O índice pan-europeu de ações STOXX600 registra queda de 0,73%, no momento. Demais praças também operam no vermelho: Londres recua 0,13%; Paris perde 0,47%; Frankfurt cai 0,81%. O euro é negociado a US$ 1,1419 subindo em relação ao valor de US$ 1,1414 de sexta-feira à tarde.

Os contratos futuros de petróleo operam sem direção única, nesta manhã, após as altas do final de semana, que se seguiram ao anúncio da Opep e de aliados de que irão cortar sua produção combinada em 1,2 milhão de barris por dia. O contrato futuro do produto tipo WTI é negociado a US$ 52,48/barril, com queda de 0,23%, nesta manhã.

A economia da China ressentindo-se dos efeitos da guerra comercial e a economia americana emitindo sinais de perda de força criam cenário desfavorável aos emergentes, alimentado a aversão ao risco impondo viés de baixa aos ativos desses países. Internamente, o candidato eleito a presidências, Jair Bolsonaro, será diplomado pelo TSE, em meio à primeira crise política que envolve os seus aliados. A Bovespa deve acompanhar o mau humor externo e abrir em baixa, enquanto dólar e juros futuros devem operar pressionados.

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