Hoje na Economia 11/04/2018

Edição 1989

11/04/2018

Mercados financeiros abrem o dia com aversão a risco, apreensivos em relação à resposta que os EUA possam dar no campo militar na Síria após o governo de Assad ter usado armas químicas na guerra civil. Donald Trump, presidente dos EUA, usou uma rede social para dizer que a Rússia deve se preparar para a resposta dos EUA na Síria.

Na Ásia, as bolsas iniciaram o dia ganhando, mas pioraram com as notícias do Oriente Médio no final do pregão. O índice pan-asiático MSCI Ásia Pacífico ficou terminou estável. O índice Nikkei225 de Tóquio caiu -0,49% enquanto a bolsa de Xangai subiu 0,56%. Os dados de inflação na China vieram abaixo do esperado, com a inflação ao consumidor em 2,1% A/A contra expectativa de 2,6% A/A e de inflação ao produtor em 3,1% A/A contra mediana de projeções de 3,3% A/A. O iene se aprecia 0,36% contra o dólar, cotado a ¥/US$ 106,81.

Na Europa, as bolsas de ações abrem o dia em queda com medo de tensões geopolíticas no Oriente Médio e entre EUA e Rússia. O índice pan-europeu de ações STOXX600 opera com desvalorização de -0,57%, nesta manhã. Em Londres, o FTSE100 cai -0,19%; em Paris, o CAC40 -0,55%; em Frankfurt, o DAX -0,84%. O euro é negociado a US$ 1,2386, valorizando 0,26% contra o dólar. O destaque nas moedas europeias segue sendo o rublo, com nova depreciação de -2,43%, após já ter caído bastante nos últimos dias.

Os índices futuros das bolsas americanas iniciam o dia em queda. O futuro do S&p500 recua -1,09%. Os juros futuros americanos recuam com a aversão ao risco, com o yield da Treasury de 10 anos a 2,761% a.a.. O dólar não tem movimento de direção única contra outras moedas, com o índice DXY recuando -0,13%. De maneira geral, o dólar está ganhando valor contra moedas de países emergentes devido à maior aversão ao risco, mas perde valor contra moedas de países desenvolvidos, em especial iene, euro e libra. Hoje sairá o dado de inflação ao consumidor de março e é esperado que ela suba para 2,4% A/A, contra 2,2% A/A no mês anterior.

Os preços de commodities estão em alta. O preço do petróleo tipo WTI sobe 1,07% com o aumento de tensões no Oriente Médio, cotado a US$ 66,2/barril. O preço do alumínio também sobe com diversas bolsas na Europa e nos EUA afirmando que não vão aceitar negociar com companhias produtoras russas devido aos embargos feitos pelo governo dos EUA. O índice de commodities geral da Bloomberg sobe 0,32%, com alta de 1,91% nas commodities metálicas.

No Brasil, a aversão ao risco mundial deve fazer o real se depreciar novamente contra o dólar. O primeiro decêndio do IGP-M de abril veio abaixo das expectativas, 0,18% contra 0,49%, com destaque para queda de preços ao produtor industrial, como minério de ferro. Os juros futuros devem subir menos do que nos dias anteriores, devido ao dado menor de inflação, mas ainda devem subir com receio sobre quadro eleitoral brasileiro e agora aversão ao risco mundial. A bolsa brasileira deve recuar hoje, com o aumento de aversão ao risco mundial e queda nas bolsas globais tendo mais impacto que o aumento de preços de commodities.