Hoje na Economia – 11/10/2021
Os mercados abrem a semana operando em baixa, refletindo a forte elevação dos preços do petróleo, alimentando temores de que a escassez de energia se amplie, podendo reverter a retomada da economia global no pós-pandemia. As cotações do petróleo tipo WTI atingem o maior patamar desde 2014, passando de US$ 80,00/barril, ao mesmo tempo em que os preços do carvão atingem níveis recordes no mercado futuro, por conta das inundações que atingem zonas produtoras na China.
No mercado asiático, as bolsas locais, em sua maioria, registraram ganhos, nesta segunda-feira. O índice regional MSCI Asia Pacific fechou com valorização de 0,80%. As ações da região vêm sendo afetadas negativamente, nas últimas semanas, por incertezas em relação aos mercados globais. Escassez de energia na China e Índia, problemas na cadeia de abastecimento, riscos de inflação e juros dos treasuries em alta pesam sobre o sentimento dos investidores asiáticos. Em Xangai, o índice Composto fechou em torno da estabilidade (-0,01%), enquanto o Hang Seng registrou a melhor performance da região, apurando alta de 1,96% em Hong Kong. No Japão, o iene enfraqueceu ante ao dólar favorecendo as ações das exportadoras. O índice Nikkei subiu 1,60%, em Tóquio. O iene é cotado a 112,91 ¥/US$, desvalorizando 0,60%, no momento. O índice de ações sul-coreano, Kospi, registrou queda de 0,11% em Seul.
No mercado americano, os dados mais fracos da payroll de setembro, divulgados na sexta-feira, não alteraram as apostas de que o tapering deve se iniciar ainda este ano. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos que se encontra em 1,61%, deve manter a tendência de alta, ainda que em meio a muita volatilidade. O dólar deve continuar em trajetória de alta, não se descartando alguma acomodação no curto prazo. O índice DXY encontra-se em 94,18 pontos, subindo 0,12%, nesta manhã. O euro é negociado a US$ 1,1557/€, com depreciando 0,10%; a libra vale US$ 1,3628/£, valorizando 0,07%. Os índices futuros das bolsas de Nova York operam no vermelho, apontando para uma abertura negativa para os mercados à vista. Os futuros dos índices de ações Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq operam com quedas de -0,15%%, -0,25% e -0,33%, respectivamente. Nesta semana começa a nova temporada de balanços corporativos. Os ganhos que serão exibidos serão importantes para determinar a tendência para as bolsas de ações, em um mercado pressionado pela desaceleração global, inflação persistente e políticas monetárias restritivas.
Os mercados acionários europeu iniciaram o dia em baixa, em meio à alta dos preços da energia e à espera pela nova temporada de balanços. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, exibe queda de 0,14%, no momento. Em Londres, o FTSE100 sobe 0,18%; enquanto em Paris e em Frankfurt, o CAC40 e o DAX operam em baixa de 0,17% e 0,13%, respectivamente.
No mercado de commodities, o índice geral de commodity da Bloomberg registra valorização de 1,17%, nesta manhã, com destaque para as altas de metais (1,56%) e energia (0,52%). No mercado futuro de petróleo, o contrato do produto tipo WTI, para novembro, é negociado a US$ 81,38/barril, valorizando 2,56%, no momento.
No mercado doméstico, véspera de feriado, as incertezas fiscais continuarão pesando, alimentando a aversão ao risco. Espera-se por definições sobre os gastos com programas sociais em 2022 e uma definição sobre os precatórios, que possam reduzir os riscos de desobediência ao teto dos gastos. Investidores continuarão numa postura defensiva, se traduzindo em câmbio e juros pressionados. O Ibovespa continuará fragilizado, diante das indefinições das bolsas globais, juros internos em alta e riscos políticos crescentes.