Hoje na Economia 12/08/2015

Hoje na Economia 12/08/2015

Edição 1335

12/08/2015

Mercados financeiros seguem nervosos hoje, após mais um dia de desvalorização da moeda chinesa. O Yuan chegou a se depreciar 1,5% contra o dólar.

As bolsas da Ásia fecharam em baixa devido à desvalorização do Yuan, com o índice MSCI Ásia Pacífico recuando 1,6%. A bolsa chinesa caiu 1,06% e a japonesa 1,58%. A maior parte das moedas de países emergentes e exportadores de commodities também se depreciou, acompanhando o Yuan. O iene, por sua vez, se apreciou, cerca de 0,70%, estando cotado agora a ¥/US$ 124,24. Dados econômicos na China vieram abaixo do esperado, com a produção industrial crescendo 6,0% A/A (expectativa 6,6%) e as vendas no varejo 10,5% A/A (expectativa 10,6%). A fraca atividade chinesa alimenta especulações de que a depreciação do Yuan se deve à tentativa de estimular exportações e não de tornar a moeda mais livre, fazendo com que moedas de outros países competidores ou dependentes da China também tenham de se depreciar para manter a competitividade.

Na Europa, as bolsas operam novamente em queda, ainda reagindo a mais um dia de depreciação da moeda chinesa. O índice pan-europeu STOXX600 cai 1,93%, com recuos de 1,14% na bolsa de Londres, 2,16% na bolsa de Paris e 2,17% na bolsa de Frankfurt. O euro está se apreciando contra o dólar, 0,98%, cotado a US$/€ 1,1151. Os juros nos mercados europeus estão em queda (inclusive com títulos alemães ficando mais negativos), com a perspectiva de mais deflação vindo da China e maior procura por ativos seguros.

O mercado de commodities mostra ainda queda nos preços das commodities metálicas, com algumas recuando para patamares que não eram vistos desde 2009. O índice geral de preços UBS/Bloomberg recua 1,89%. O preço do petróleo tem uma ligeira recuperação no dia de hoje, com o preço do barril tipo WTI subindo 1,32%, cotado a US$ 43,65. Os preços de metais preciosos também sobem, com maior procura por ativos seguros.

Nos EUA, o dólar está se depreciando contra moedas de países desenvolvidos e se apreciando contra moedas de países emergentes. O índice DXY recua 0,89%, uma vez que a maior parte do peso dele está nas moedas de países desenvolvidos. Os juros futuros americanos estão em queda, com a taxa de 10 anos caindo para 2,10% a.a., com menores apostas de alta na taxa básica de juros em setembro, uma vez que a depreciação da moeda chinesa é deflacionária para os EUA (pelos custos de importação e pela possibilidade de menor crescimento mundial). Os índices futuros das bolsas americanas recuam 0,85% no caso do S&P e 1,45% no caso do Dow Jones.

No Brasil, o real deve ter mais um dia de depreciação, acompanhando as outras moedas de países emergentes. No final do dia de ontem, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota do Brasil, mas manteve a perspectiva estável, o que fez o real se valorizar parcialmente. A bolsa brasileira deve ter mais um dia de queda enquanto os juros futuros devem ter queda leve, com a piora da atividade e menor inflação sendo compensada em parte pela depreciação da moeda. Hoje sairá o dado de vendas no varejo de junho, que deve mostrar nova contração.

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