Hoje na Economia 14/06/2016

Hoje na Economia 14/06/2016

Edição 1537

14/06/2016

Mercados financeiros seguem com forte aversão ao risco, com preocupações em relação à possível saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit). As últimas quatro pesquisas mostram maioria ligeiramente favorável à saída, e o jornal britânico de maior circulação também adotou posição favorável à ideia.

Na Ásia, as bolsas fecharam em sua maioria em queda, com o índice MSCI Ásia Pacífico recuando 0,7%. Houve queda de -1,0% no índice Nikkei225 do Japão, com queda nas ações de empresas exportadoras uma vez que o iene está se valorizando 0,38%, cotado a ¥/US$ 105,86, movimento causado pelo fato de que o iene é considerado um ativo porto seguro (safe haven). Os juros futuros japoneses estão com seu yield mais negativo na história (-0,17% no título de 10 anos). A bolsa de Xangai, na China, foi uma das poucas que subiu, 0,32%, com a expectativa de que ela pode ser incluída na quarta-feira no índice MSCI global, o que ocasionaria entrada de recursos na bolsa.

Na Europa as ações estão em queda, com o índice pan-europeu STOXX600 recuando 1,17%. Há queda de -1,20% no FTSE 100 de Londres, -1,32% no CAC40 de Paris e -0,73% no DAX de Frankfurt. Os juros futuros europeus estão recuando, com o título alemão de 10 anos tendo juros negativos pela primeira vez (-0,019% a.a.). O euro está se depreciando contra o dólar, 0,63%, cotado a US$/€ 1,1221, enquanto a libra segue se depreciando fortemente contra o dólar, -0,75%. Hoje saiu um dado de produção industrial na Zona do Euro acima do esperado (1,1% M/M contra expectativa de 0,8%), porém o mercado está com as atenções voltadas para a possível saída do Reino Unido da União Europeia.

No mercado americano, bolsas operam também em queda. O futuro do índice S&P 500 registra queda de -0,16% e do Dow Jones -0,59%. O dólar está se valorizando contra outras moedas, com o índice DXY ganhando 0,47%. Os juros futuros americanos estão em queda, com o yield de 10 anos no menor nível desde janeiro, 1,582% a.a.. Os preços de commodities também caem com a aversão ao risco, com o índice geral de commodities da Bloomberg recuando -0,74% e o preço do petróleo tipo WTI caindo 1,41%, cotado a US$ 48,19/barril. Dados de vendas no varejo nos EUA hoje devem ter algum impacto sobre mercados, mas não devem aumentar as chances de alta na reunião do FOMC desta semana, que são nulas.

Hoje o presidente interino Temer deve enviar o projeto de emenda constitucional sobre o teto real de gastos do governo. A grande questão é até quando esse teto deve valer. Pelos cálculos da SulAmérica Investimentos, ele deve ter duração de pelo menos 7 anos para fazer os gastos voltarem ao patamar condizente com superávit primário de 3% do PIB do setor público. Um prazo menor que isso só seria condizente com estabilidade da dívida sobre o PIB se fosse feito em conjunto com aumento permanente de carga tributária. O real deve se depreciar hoje, acompanhando movimento internacional de moedas e commodities. Ontem a bolsa brasileira subiu ao contrário do que ocorreu no restante do mundo, devido a notícias corporativas, porém é difícil que esse movimento seja sustentado por mais de um pregão. Os juros futuros podem ter queda hoje, dependendo de como o projeto de emenda constitucional de teto de gastos for recebido pelo Congresso e do prazo pelo qual ele valerá.

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