Hoje na Economia 15/06/2018

Hoje na Economia 15/06/2018

Edição 2033

15/06/2018

Mercados abrem sob o impacto do anuncio efetuado pelo governo americano confirmando a imposição de tarifas alfandegárias a US$ 50 bilhões de produtos da China. Investidores avaliam, também, as políticas monetárias divergentes praticadas pelos três maiores bancos centrais do mundo. Na quarta-feira, o Fed elevou seus juros básicos pela segunda vez este ano e preparou o terreno para mais dois aumentos no segundo semestre. O Banco Central Europeu (BCE) indicou que está próximo de encerrar seu plano de compra de ativos (QE). O Banco do Japão (BoJ), por sua vez, decidiu manter sua politica inalterada, devendo sustentar, por tempo indeterminado, a trajetória de relaxamento monetário.

O dólar recua frente às principais moedas fortes (índice DXY mostra queda moderada -0,17%), mas mantém firme trajetória de valorização diante das moedas emergentes em geral. O yield da Treasury de 10 anos recua, situando-se em 2,923% ao ano, nesta manhã, contra 2,933% de ontem à tarde. Os futuros dos principais índices de ações da bolsa de Nova York operam em baixa, no momento: Dow Jones perde 0,49%; S&P 500 recua 0,32%; Nasdaq cai 0,20%. A agenda econômica de hoje contempla a divulgação da produção industrial americana do mês de maio, que deve ter crescido 0,2% na comparação mensal, segundo as projeções do mercado. Esse indicador pode reforçar o quadro de forte dinamismo da economia americana, reforçando a valorização do dólar em termos globais.

Na Ásia, as bolsas locais fecharam sem direção única, em clima de apreensão antes da possível imposição de novas tarifas dos EUA sobre produtos chineses e das decisões de política monetária na Europa e Japão. Na China, bolsas locais passaram a operar em baixa após a notícia sobre a imposição de tarifas sobre novo montante de produtos chineses. O índice Composto de Xangai fechou com queda de 0,73%. Em Tóquio, a manutenção de política monetária estimulativa, anunciada pelo BoJ, enfraqueceu a moeda japonesa, favorecendo o mercado de ações. O índice Nikkei encerrou o dia com alta de 0,50%. Nesta manhã, o dólar opera com discretas oscilações em torno do valor de 110,51 ienes. Em outras partes da Ásia, o Hang Seng teve queda de 0,43% em Hong Kong; o sul-coreano Kospi cedeu 0,80% em Seul, mas o Taiex subiu 0,67% em Taiwan.

Na Europa, as bolsas locais à semelhança das asiáticas não mostram direcional único. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com alta discreta (+0,18%). Em Londres, o índice FTSE100 tem queda de 0,67%; em Paris o CAC40 opera com ganho de 0,37%; em Frankfurt, o DAX tem queda discreta -0,07%. O euro troca de mãos a US$ 1,1602, com ligeira alta de US$ 1,1595 do final da tarde de ontem. A inflação ao consumidor da zona do euro subiu 1,9% na comparação anual de maio, ganhando força em relação à alta de 1,2% observada em abril, ficando em linha com a meta do BCE que é de uma taxa ligeiramente inferior a 2%.

No mercado de petróleo, os contratos futuros operam com baixa moderada, nesta manhã. O produto tipo WTI, com contrato para entrega em julho, é negociado a US$ 66,73/barril, com queda de 0,39%.

Internamente, o Banco Central e Tesouro Nacional aumentaram o arsenal para esfriar a especulação no mercado financeiro doméstico. O BC anunciou que vai continuar oferecendo swap cambial na próxima semana, com estimativa inicial de US$ 10 bilhões. Foi dito que não tem nenhuma preocupação em superar o valor de US$ 115 bilhões, montante vendido na gestão de Alexandre Tombini. O poder de fogo do BC pode ser qualquer valor entre os US$ 115 bilhões e US$ 380 bilhões, que é o total de reservas hoje. O TN, por sua vez, antecipou sua programação, confirmando leilões diários de compra e vendas de títulos. O CMN, em reunião extraordinária ontem à noite, anunciou redução do "duration" dos títulos de renda fixa dos fundos de investimentos especialmente constituídos (FIE) de seguradoras e entidades abertas de previdência complementar. Essa medida pode auxiliar na redução das distorções na curva de DIs futuros.

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