Hoje na Economia 15/08/2018

Hoje na Economia 15/08/2018

Edição 2076

15/08/2018

Investidores se retraem, mantém a cautela, nesta quarta-feira. Evitam riscos em meio à incerteza sobre a evolução da crise econômica na Turquia e seus reflexos sobre o sistema bancário europeu. A lira turca chegou a mostrar forte valorização frente ao dólar (atingiu 6,0327 liras/US$) durante a madrugada, mesmo após o governo ter anunciado acentuada elevação de tarifas sobre alguns produtos importados dos EUA. No entanto, a negativa de um tribunal turco de libertar o pastor americano Andrew Brunson, detido na Turquia acusado de terrorismo e espionagem, azedou o humor dos mercados. Nesta manhã, o dólar é cotado a 6,1769 liras turcas, de 6,3477 liras no fim da tarde de ontem.

O dólar se valoriza frente às principais moedas, atingindo o maior patamar dos últimos 14 meses. O juro do T-Note de 10 anos encontra-se em 2,885%, recuando ante a taxa de 2,893% observada no final de terça-feira. Os principais índices futuros de ações de Nova York apontam para uma abertura em baixa: o futuro do Dow Jones recua 0,21%; o S&P 500 cai 0,18%; Nasdaq perde 0,15%. Na agenda, importantes indicadores econômicos serão divulgados: vendas do comércio varejista e produção industrial, ambos os dados de julho, que devem ter aumentado 0,1% e 0,3%, respectivamente, em bases mensais, segundo as projeções do mercado.

Na Ásia, a aversão ao risco se cristalizou em forte queda nas ações de tecnologia, derrubando os mercados da região. O índice MSCI Asia Pacific caiu 1,1%, apagando os ganhos recentes. O fluxo de capitais em direção aos ativos em dólar continua afetando os emergentes. A Indonésia elevou o juro básico em 0,25 p.p., buscando proteger a moeda local em decorrência da crise na Turquia. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou o dia com queda de 0,68%, refletindo as perdas com papeis de tecnologia. O dólar é negociado a 111,24 ienes de 111,22 ienes no fim da tarde de ontem. Na China, o índice Xangai Composto recuou 2,08%, refletindo as medidas adotadas pelo governo chinês sobre o licenciamento para produção de jogos. Em Hong Kong, o Hang Seng encerrou o pregão com queda de 1,55%.

Na Europa, após uma abertura em alta, mercados de ações voltaram a operar no vermelho. As ações das mineradoras, acompanhando a queda de metais básicos, se destacam entre as maiores quedas. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, recua 0,33%, nesta manhã. Principais bolsas da região também operam em baixa: Londres -0,62%; Paris -0,35%; Frankfurt -0,18%. O euro é cotado a US$ 1,1328, recuando ante a cotação de US$ 1,1344 do fim da tarde de ontem.

As commodities recuam, acompanhando a aversão ao risco que prevalece no dia de hoje. O índice Geral de Commodity da Bloomberg perde 1,0%, no momento, com destaque para a queda de metais básicos (-1,27%). No mercado de petróleo, o produto tipo WTI é negociado a US$ 66,22/barril, com queda de 1,22%, no momento.

As medidas adotadas pelo governo da Turquia – elevação de tarifas sobre produtos americanos e negação da libertação do pastor preso acusado de terrorismo – em retaliação contra Washington devem exacerbar a aversão ao risco. Os ativos brasileiros também deverão ser afetados pela agenda econômica (IBC-Br de junho, IGP-10 de agosto) e pela divulgação de pesquisas eleitorais.

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