Hoje na Economia 16/06/2016

Edição 1539

16/06/2016

As reuniões de política monetária realizadas pelo Fed e pelo Banco do Japão (BoJ), nesta semana, frustraram os agentes econômicos, realimentando os temores quanto ao enfraquecimento da economia global, dando bases para uma forte aversão ao risco nos negócios de hoje.

No Japão, o iene ganho força frente às principais moedas após o BoJ manter suas principais taxas de juros inalteradas e não anunciar nenhuma medida de estímulo adicional mesmo diante de um risco crescente de deflação e fraco crescimento doméstico. A moeda japonesa subiu mais de 2%, atingindo o valor de 104,30 ienes frente ao dólar, ficando próximo do valor mais elevado dos últimos dois anos. A bolsa de ações, por sua vez, caiu acentuadamente. O índice Nikkei fechou o pregão com perda de 3,05%. Na China, o índice Xangai Composto perdeu 0,50%, enquanto o Hang Seng de Hong Kong teve desvalorização de 2,10%. O índice de ações regional MSCI Asia Pacific encerrou esta quinta-feira com queda de 1,1%.

Na Europa, o índice STOXX600 recua para os menores patamares dos últimos quatro meses. No momento, registra recuo de 0,65%. Em Londres, o FTSE100 perde 0,52%; em Paris o CAC40 desvaloriza 0,45%; em Frankfurt o DAX recua 0,62%. O euro voltou a se enfraquecer após dados mostrarem que a deflação permanece na zona do euro. O índice de preços ao consumidor registrou queda de 0,1% no ano terminado em maio. No momento, a moeda comum é cotada a US$ 1,1216, com queda de 0,38% ante ao dólar.

Nos Estados Unidos, após a reunião de política monetária ocorrida ontem (Fomc), e entrevista de Janet Yellen considerada bastante "dovish", os investidores passaram atribuir menos de 50% de probabilidade de ocorrer alguma alta da taxa básica de juro americana (Fed Fund) ainda neste ano. O dólar sofreu forte recuo frente às principais moedas após a reunião do Fed. No momento, o índice DXY se estabilizou em torno do patamar de 94,665 pontos, dando início a uma reação em relação às perdas de ontem. O índice futuro de ações do S&P 500 registra queda de 0,28%, nesta manhã. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos recua 0,43%, situando-se em 1,565% ao ano.

No mercado de commodities, os preços do petróleo recuam após o Departamento de Energia dos EUA reportar queda nos estoques do produto menor do que o estimado pelos analistas. O produto tipo WTI é cotado a US$ 47,40/barril, com queda de 1,27%, no momento.

Mercados globais vivenciam ambiente de aversão ao risco, motivados pela percepção de fraco crescimento americano e pelo risco BREXIT, o que deverá impactar negativamente sobre os ativos domésticos. Como agravante, no ambiente interno a tensão política volta a pressionar, com denúncias da Lava-Jato envolvendo o presidente interino Michel Temer. Na agenda econômica, destaque para a divulgação do IBC-Br de abril (consenso +0,25% MoM e -4,6% YoY) e a ata da reunião do Copom da semana passada.