Hoje na Economia – 11/05/2021

Hoje na Economia – 11/05/2021

Mercados financeiros abrem em forte queda na terça-feira, com receios em relação ao aumento de inflação global levando a medo de que os estímulos monetários sejam retirados nas principais economias. Mesmo com dados de atividade vindo melhores que esperado em diversos países, o medo de retirada de estímulos prevalece, em especial nas bolsas e ações ligadas a tecnologia.

Na Ásia, as bolsas tiveram a maior queda desde março. O índice regional MSCI Asia Pacific recuou -1,9%, com contrações de -3,08% no Nikkei225 de Tóquio, -2,03% no Hang Seng de Hong Kong, -1,23% no KOSPI de Seul e -3,79% no TAIEX de Taipei. A queda foi mais intensa nas ações ligadas ao setor de tecnologia. A bolsa de Xangai foi a exceção, subindo 0,40%, com setores de consumo puxando a alta. O iene está se valorizando contra o dólar, +0,05%, cotado a ¥/US$ 108,76. Foram divulgados dados de inflação na China, com o dado ao consumidor ficando praticamente em linha com o estimado (0,9% A/A contra mediana de projeções de 1,0% A/A), mas a inflação ao produtor superando estimativas (6,8% A/A contra mediana de projeções de 6,5% A/A).

Na Europa, as bolsas estão tendo a maior queda desde janeiro. O índice pan-europeu STOXX600 recua -2,97%, com quedas de -2,15% no FTSE100 de Londres, -1,92% no CAC40 de Paris e -2,21% no DAX de Frankfurt. O euro está se valorizando diante do dólar, +0,31%, cotado a US$/€ 1,2166. Na Alemanha o índice ZEW de expectativas ficou em 84,4 em maio, maior nível em 20 anos, superando a mediana de projeções, que era de subir de 70,7 para 72,0. O índice ZEW de situação atual também melhorou, passando de -48,8 para -40,1, mas a surpresa foi menor (mediana de projeções de -41,6). Na Europa o índice ZEW, por sua vez, subiu de 66,3 em abril para 84,0 em maio, maior nível desde 1999. A inflação no atacado na Alemanha em abril ficou em 7,2% A/A, acelerando em relação ao mês anterior, de 4,4% A/A.

Nos EUA, os índices futuros de ações estão em queda, com recuos de -0,51% no Dow Jones , -0,77% no S&P500 e -1,29% no NASDAQ. O dólar está perdendo valor contra outras moedas, com o índice DXY recuando -0,11%. Os juros futuros americanos estão subindo, com a Treasury de 10 anos a 1,60%, uma alta de 2 pb. Dados econômicos de menor relevância serão divulgados hoje, com atenções do mercado se voltando para falas de diretores do Fed (Williams, Brainard, Daly, Bostic, Kashkari e Harker fazem discursos hoje) e para o dado de inflação ao consumidor que será divulgado amanhã.

Os preços de commodities têm alta hoje, mas com alguns itens importantes tendo acomodação na margem. O petróleo recua, com o barril tipo WTI sendo negociado a US$ 64,45, uma queda de -0,71%, à medida que o oleoduto hackeado nos EUA volta a entrar em funcionamento. O cobre cai -0,34%, após atingir sua máxima histórica nos últimos dias. Há queda também no níquel (-1,78%) e o minério de ferro tem alta mais modesta (1,17%) que nos últimos dias, após mudanças nas regras de negociação nos mercados da China para evitar especulação. Há altas de 0,16% no ouro, 0,22% na prata e 0,39% na soja. O índice geral de commodities da Bloomberg avança 0,10%.

No Brasil, o IPC-FIPE da 1ª semana de maio ficou abaixo da mediana de projeções, em 0,35% contra 0,48%. Hoje sairão mais dados de inflação, com expectativa de alta no IGP-M 1º decêndio (de 0,50% no mês anterior para 2,31%) e desaceleração no IPCA de abril, de 0,93% M/M para 0,29% M/M. No cenário político, declarações de alguns líderes, como Bia Kicis (PSL-DF), presidente da CCJ, indicam que a reforma administrativa pode não ser aprovada nesse ano. A bolsa brasileira deve cair, seguindo o restante do mundo. Os juros futuros devem reagir ao IPCA e ao IGP-M, mas o cenário político pior pode se sobressair, fazendo o câmbio se depreciar e os juros futuros subirem.

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