Hoje na Economia – 17/06/2021

Hoje na Economia – 17/06/2021

Mercados financeiros iniciam o dia em queda, após o FOMC (Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) ter adotado um discurso um pouco mais hawkish ontem. A mediana das projeções dos membros do comitê indica duas altas de 25 pb na taxa de juros em 2023, e o presidente do Fed, Jerome Powell, disse na entrevista coletiva após a reunião que alguns membros já começaram a discutir a redução dos estímulos monetários, não adotando o discurso ultra dovish das últimas reuniões.

Na Ásia as bolsas fecharam em sua maioria em queda, com o índice MSCI Asia Pacific recuando -0,8%. Houve queda de -0,93% no Nikkei225 de Tóquio e -0,51% no KOSPI200 de Seul. Por outro lado, a bolsa de Xangai subiu 0,21% e o Hang Seng de Hong Kong 0,19%. O iene está se valorizando levemente, subindo 0,02%, cotado a ¥/US$ 110,73.

Na Europa as bolsas também operam em queda, com o índice pan-europeu STOXX600 caindo -0,2%. Há recuos de -0,12% no DAX de Frankfurt, -0,49% no FTSE100 de Londres e -0,09% no CAC40 de Paris. O euro está se depreciando diante do dólar, -0,48%, cotado a US$/€ 1,1936.

Os futuros de índices americanos estão caindo, -0,29% no caso do S&P500 e -0,46% no caso do NASDAQ. O índice DXY está subindo 0,63%, com o dólar se valorizando diante da maioria das moedas, inclusive de países emergentes e exportadores de commodities. Os juros futuros americanos estão recuando levemente, com o yield da Treasury de 10 anos a 1,562% a.a., um recuo de quase 2 pb em relação a ontem. Hoje é um dia com menos notícias e divulgação de indicadores, com o índice de atividade do Fed de Filadélfia sendo destaque, e devendo mostrar ligeira acomodação em relação ao dado anterior, caindo de 31,5 para 31 segundo a mediana de projeções do mercado. Os pedidos semanais de seguro-desemprego também serão divulgados, e devem ter caído de 376 mil para 359 mil, com a melhora do mercado de trabalho e redução dos programas em diversos estados.

Os preços de commodities têm queda pela manhã, reagindo mais que outros ativos à possibilidade de juros mais elevados nos EUA. O destaque de queda são os metais preciosos, com recuos de -3,23% no ouro e -3,85% na prata. As commodities agrícolas também tem queda considerável, de -0,85% no trigo, -1,95% no trigo e -0,66% na soja. O petróleo tipo WTI também cai, mas menos, -0,06% cotado a US$ 72,11/barril. As commodities metálicas têm comportamento mais misto, com o cobre recuando -1,73%, o níquel -0,90%, mas o minério de ferro terminando em alta de 1,9%, acima de US$ 209/ton.

No Brasil, ontem o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil) aumentou a taxa de juros em 75 pb, para 4,25% a.a.. O comunicado foi mais hawkish que o anterior, indicando que deve haver nova alta de 75 pb na próxima reunião, mas foi dito que “uma deterioração das expectativas de inflação pode exigir uma redução mais tempestiva dos estímulos monetários”, abrindo a possibilidade de aumento maior. O comitê também deixou de se comprometer com ajuste parcial da política monetária, afirmando que o cenário básico indica ser apropriada a normalização da taxa de juros para patamar neutro. Hoje a agenda de dados econômicos é bem pequena, com apenas o IPC-FIPE da 2ª semana, que ficou em 0,68%, contra expectativa de 0,59% da SulAmérica Investimentos. No campo político a apresentação do relatório da MP da privatização da Eletrobras deve sair hoje, assim como a votação no Senado. Pode haver mudanças no texto final da MP, o que forçaria a votação a ocorrer de novo na Câmara dos Deputados. Hoje os juros futuros devem abrir em alta, com o comunicado mais hawkish do Copom. A bolsa deve cair, acompanhando o movimento global e refletindo também queda de preços de commodities. O real deve ter queda diante do dólar, devido ao movimento global de moedas e queda de preços de commodities, porém seu desempenho relativo deve ser melhor que outras moedas de países emergentes, devido à política monetária mais hawkish.

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