Hoje na Economia – 17/09/2020

Hoje na Economia – 17/09/2020

Mercados financeiros operam em queda na manhã de quinta-feira, reagindo às reuniões de política monetária nos EUA e no Japão, que não trouxeram novos estímulos monetários. O Fed deu indicações de que deve manter a taxa de juros próxima de zero até 2023 pelo menos, mesmo com a inflação nas projeções se aproximando de 2,0% naquele ano, mas não mencionou nova rodada de quantitative easing.

Na Ásia, todas as bolsas fecharam em queda. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific caiu -0,8%, com recuos de -0,67% no índice Nikkei225 de Tóquio, -1,56% no Hang Seng de Hong Kong, -0,41% na bolsa de Xangai e -1,22% no KOSPI de Seul. O Banco do Japão não trouxe novidades na sua reunião, mantendo a taxa de juros básica em -0,10%, o alvo para juros longos em 0,00% e o mesmo ritmo de crescimento de quantitative easing. O iene está se valorizando diante do dólar, +0,21%, cotado a ¥/US$ 104,73.

Na Europa, há recuos em todos os mercados acionários. O índice pan-europeu STOXX600 cai -0,65%, o FTSE100 de Londres -0,94%, o CAC40 de Paris -0,69% e o DAX de Frankfurt -0,61%. O euro está se desvalorizando diante do dólar, -0,18%, cotado a US$/€ 1,1795. Hoje ocorre a reunião do Banco da Inglaterra, com a expectativa sendo de manutenção dos juros básicos em 0,10% e do programa de compra de títulos em £ 745 bi. O dado de vendas de carros na União Europeia em agosto mostrou queda mais intensa (-18,9% A/A) do que no mês passado (-5,7% A/A).

Nos EUA, a agenda de hoje contempla os pedidos semanais de seguro desemprego (que devem ter recuado de 884 mil para 850 mil), dados do mercado imobiliário de agosto (início de novas construções, licenças para construção) que devem ter desacelerado após as fortes altas dos últimos meses, e o indicador de atividade do Fed de Filadélfia, que deve ter diminuído de 17,2 em agosto para 15,0 em setembro. Os índices futuros das bolsas americanas operam em queda, de -0,92% no caso do Dow Jones, -1,14% do S&P 500 e -1,00% do NASDAQ. O dólar está ganhando valor contra moedas de países emergentes, mas o movimento contra moedas de países desenvolvidos é de estabilidade (índice DXY caindo -0,03%), com direções diferentes para iene e euro mencionados acima. Os juros futuros caem, com o yield da Treasury de 10 anos a 0,676% a.a., um recuo de 2 pb.

Os preços de commodities operam sem direção única no momento. O índice geral da Bloomberg cai -0,50%, puxado pelo movimento de metais preciosos (ouro -1,13%, prata -2,08%) e metálicas (ferro -2,65%, níquel -1,28%). Os preços de energia operam perto da estabilidade, com o barril de petróleo tipo WTI sendo negociado a US$ 40,15, uma queda de -0,02%. Há alta nos preços de commodities agrícolas, com a soja subindo 0,37% o milho 0,20% e o trigo 0,65%.

No Brasil, ontem o Copom manteve a taxa de juros em 2,0% e, de forma geral, não alterou muito o comunicado. Foi mencionado que a inflação deve ficar pressionada no curto prazo devido a preços de alimentos, porém o comitê considerou essa alta temporária e focou mais na recuperação mais lenta no setor de serviços. Não houve mudanças significativas no forward guidance, e o Copom ainda manteve o linguajar aberto para reduções na taxa Selic, ainda falando sobre gradualismo adicional nessas decisões. O IPC-FIPE da 2ª semana subiu 1,05%, contra 0,91% na semana anterior. O real deve se depreciar hoje, devido ao ambiente global e ao comunicado dovish do Copom. Os juros futuros devem cair nos vencimentos curtos devido a esse comunicado do Copom também. A bolsa brasileira deve cair, acompanhando o mercado internacional.

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