Hoje na Economia 17/10/2016

Edição 1624

17/10/2016

Mercados financeiros iniciam a semana com queda, em meio a receios sobre a política monetária dos países desenvolvidos.

Na Ásia, as bolsas fecharam a sua maioria em queda. O índice MSCI Ásia Pacífico ficou estável, mas com queda de 0,4% no índice excluindo o Japão. Houve queda de -0,74% na bolsa de Xangai, com forte recuo nas ações de empresas menores no final do pregão. O índice Nikkei225 do Japão teve alta de 0,26%, destoando do restante das bolsas asiáticas devido ao enfraquecimento do iene, que ajudou as empresas exportadoras. Nesse momento o iene está praticamente estável contra o dólar, valorizando 0,05%, cotado a ¥/US$ 104,17. O Yuan, por sua vez, se depreciou levemente de novo (-0,14%), estando no menor nível desde 2008.

Na Europa, as bolsas operam em queda. O índice pan-europeu STOXX600 recua -0,74%, o índice FTSE100 de Londres -0,81%, o CAC40 de Paris -0,60% e o DAX de Frankfurt -0,72%. O euro está se apreciando contra o dólar, +0,18%, cotado a US$/€ 1,0992. Nesta semana ocorrerá a reunião do Banco Central Europeu, porém a maior parte dos analistas espera aumento de estímulo monetário apenas na reunião de dezembro.

Nos EUA, os futuros das bolsas estão em queda, com o S&P500 recuando -0,34% e o Dow Jones -0,47%. Os juros das Treasury de 10 anos estão alta, a 1,80% a.a., após a presidente do Fed, Yellen, dizer na sexta-feira passada que vê vantagens em deixar a economia sobreaquecer antes dos juros voltarem à normalidade. O mercado financeiro teme que a inflação fique muito alta e o Fed tenha de subir mais os juros no futuro. Hoje o vice-presidente do Fed, Fischer, faz um discurso que deve ser observado pelo mercado. Dados de produção industrial saem hoje, podendo afetar também a Treasury. O dólar está perdendo valor ligeiramente contra outras moedas, com o índice DXY recuando -0,07%.

Os preços de commodities estão estáveis hoje. O índice geral da Bloomberg mostra variação próxima de zero. O preço do barril de petróleo tipo WTI recua -0,22%, cotado a US$ 50,24/barril, com notícias de que as perfurações voltaram a subir nos EUA com o aumento de preço de petróleo das últimas semanas e de que a produção da Líbia subiu.

No Brasil, nesta quarta-feira ocorrerá a reunião do COPOM, que deve dar início ao ciclo de corte de juros. Praticamente todo o mercado espera que ocorra corte de juros nessa reunião do COPOM, com as apostas se dividindo entre cortes de 25 pp e 50 pp (a projeção da SulAmérica Investimentos é de corte de 25 pp). O IPC-S da 2ª semana de outubro ficou em 0,14%, abaixo da mediana das expectativas do mercado, de 0,19%. O IGP-10 será divulgado hoje, sendo esperada variação baixa (mediana de mercado 0,06%). Os juros futuros hoje no Brasil devem ter ligeira queda, com os dados de inflação mais baixos, porém o comportamento deles sexta-feira (dia do anúncio da política de preços da Petrobras) mostra que há pouco prêmio neles. A bolsa brasileira deve ter leve recuo, enquanto o real deve se depreciar contra o dólar, acompanhando outras moedas de países emergentes, mas sempre podendo ter movimento contrário devido ao fluxo de repatriação.