Hoje na Economia – 19/03/2020

Hoje na Economia – 19/03/2020

Mercados financeiros abrem em alta hoje, após o Banco Central Europeu anunciar um novo pacote de QE (quantiative easing) de €750 bi, com compras de ativos públicos e privados, incluindo agora dívida de empresas privadas do setor não financeiro. Esse QE se soma aos €120 bi anunciados na última reunião e aos €20 bi por mês que já estavam sendo comprados.

Os mercados asiáticos fecharam em queda, após os fortes recuos nas bolsas americanas e europeias de ontem. O MSCI Asia Pacific caiu -2,6%, com recuos de -1,04% no Nikkei225 do Japão e -0,98% na bolsa de Xangai. O iene está se depreciando -0,95%, cotado a ¥/US$ 109,12, enquanto o yuan cai -0,75% diante do dólar, cotado a 7,1003. A China reportou 34 novos casos de Covid-19 hoje, mas com a novidade sendo que todos são importados de outros países, ou seja, a transmissão local foi zerada. O Politburo chinês, assim, mandou acelerar a normalização da atividade em locais de baixo risco.

Na Europa, as ações operam em alta com a ação mais decisiva do BCE, contrariando a fala ontem de um de seus membros de que o banco central não teria mais o que fazer nessa crise. O índice pan-europeu STOXX600 sobe 1,15%, com altas de 0,25% no FTSE100 de Londres, 3,01% no CAC40 de Paris e 0,65% no DAX de Frankfurt. O euro está se depreciando diante do dólar, -0,93%, cotado a US$/€ 1,0814.

Nos EUA, os índices futuros operam em ligeira queda, após o forte recuo de ontem. O futuro do S&P500 cai -0,23%. Os juros futuros americanos recuam após a forte alta dos últimos dias, com a Treasury de 10 anos a 1,14% a.a., contra 1,19% ontem. A forte alta dos juros americanos pode estar relacionada a fatores técnicos (zeragem de posições) e nem tanto a fatores econômicos (estímulo fiscal). O dólar, por sua vez, se valoriza contra quase todas as moedas, com o índice DXY subindo 0,74%. Ontem o Senado aprovou o pacote de estímulo fiscal ampliado do governo Trump, de mais de US$ 1 tri de ajuda. Hoje sai o dado de atividade do Fed Filadélfia, que, assim como o do Fed de Nova York, deve mostrar forte queda na confiança.

Os contratos futuros de petróleo operam em alta, com o preço do barril de petróleo tipo WTI subindo 11,44%, cotado a US$ 22,7. Esse ainda é um dos menores preços para o petróleo em 18 anos. Os preços de outras commodities majoritariamente caem, com recuo em especial nas commodities metálicas.

No Brasil, ontem o Copom reduziu a taxa de juros em 50 pb, para 3,75%, mas disse que deve ter cautela em suas próximas decisões e antevê a taxa de juros estável na próxima reunião com o cenário atual. Os juros futuros não devem repetir o dia de ontem (com limites de alta), mas podem precificar novas quedas, considerando a velocidade com a qual o cenário econômico se deteriora, levando a maior inclinação da curva. A bolsa brasileira, por sua vez, pode ter queda modesta hoje, em dia mais calmo para o mercado internacional, mas com a frustração de que o BC não aparenta poder ou querer fazer mais para ajudar a economia. O real, por sua vez, deve seguir as outras moedas e depreciar diante do dólar.

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