Hoje na Economia 19/06/2018

Hoje na Economia 19/06/2018

Edição 2036

19/06/2018

Agravam-se as disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo, com nova escalada retórica comercial entre Washington e Pequim, levando a movimentos de liquidações de posições nos mercados e fuga para ativos considerados seguros.

Os índices futuros de Nova York ampliaram as perdas, enquanto os rendimentos dos Treasuries e o dólar renovavam mínimas após o presidente Donald Trump efetuar novas ameaças à China, afirmando que poderá adotar tarifas sobre até outros US$ 400 bilhões em produtos chineses se Pequim não mudar suas práticas comerciais. No momento, os principais índices futuros de ações americanos operam com baixas significativas: Dow Jones -1,43%; S&P 500 -1,20%; Nasdaq -1,08%. A busca por proteção levou o juro da Treasury de 10 anos para 2,868%, recuando frente ao yield de 2,920% verificado ontem à tarde. O dólar recupera parte do terreno perdido ao longo da noite (índice DXY sobe 0,51% no momento), sendo destaque a valorização da divisa americana diante das moedas emergentes, principalmente, frente às moedas chinesa (-0,37%), turca (-1,30%), russa (-0,97%) e sul-africana (-1,67%).

Em reação a escalada retórica comercial entre EUA e China, as bolsas da Ásia sofreram pesadas perdas. O índice MSCI Asia Pacific fechou o dia com queda de 1,5%. Em reação às ameaças do governo americano, Pequim afirmou que os EUA "iniciaram uma guerra comercial" e que a China terá que adotar "medidas abrangentes" se Washington for adiante com seus planos de tarifação. Em Xangai, o índice Composto da bolsa local fechou o pregão com perda de 3,78%, recuando para o menor nível dos últimos dois anos. O Hang Seng apurou perda de 2,78% em Hong Kong. Em Seul, o índice Kospi caiu 1,52%, enquanto o Taiex perdeu 1,65% em Taiwan. Na bolsa de Tóquio, o índice Nikkei teve desvalorização de 1,77%, a maior perda em três meses, afetado também por um significativo avanço do iene em relação ao dólar. Nesta manhã, o dólar é cotado a 109,84 ienes de 110,60 ienes de ontem à tarde.

Na Europa, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, recua pelo terceiro dia consecutivo, atingindo o menor patamar desde abril. No momento, o índice europeu recua 0,77%; em Londres, o FTSE100 perde 0,52%; em Paris, o CAC40 se desvaloriza 1,15%; em Frankfurt, o DAX tem perda de 1,37%. O euro é negociado a US$ 1,1540, recuando frente ao valor de US$ 1,1618 de ontem à tarde.

O agravamento do conflito comercial entre China e EUA afetou negativamente o mercado de petróleo. Os contratos futuros da commodity operam em baixa, numa postura cautelosa também motivada pela expectativa que cerca a reunião da Opep e de grandes produtores independentes, que deve ocorrer na sexta-feira em Viena. Nesse encontro poderá ser decidido pela ampliação da oferta de petróleo pelo grupo. No momento, o barril do WTI para agosto recua 1,40%, cotado a US$ 64,93.

Nesse dia de forte aversão ao risco, a Bovespa deve acompanhar a tendência de queda observada nas principais bolsas internacionais, enquanto o real deverá acompanhar as demais moedas emergentes, perdendo valor frente à divisa americana. Hoje começa a reunião do Copom, que deve anunciar a decisão amanhã. O mercado de DIs abriu a semana devolvendo prêmios, com o consenso do mercado convergindo para a manutenção da Selic em 6,50%.

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