Hoje na Economia 20/03/2014

Hoje na Economia 20/03/2014

Edição 993

20/03/2014

Mais um dia de aversão ao risco prevalece nos mercados. Os investidores mostram-se mais seletivos, buscando economias com fundamentos mais sólidos, ante um ambiente de contração da liquidez internacional. O Fed reduziu suas compras mensais de ativos para US$ 55 bilhões em sua reunião de política monetária encerrada ontem. Ademais, o comunicado deu um tom hawkish ao encontro, ao sugerir a possibilidade de o juro básico americano começar a subir em meados de 2015.

Na Ásia mercados operaram em baixa, com índice MSCI Asia Pacific encerrando o dia com queda de 2,0%. Destaque para a bolsa de Tókio, onde o Nikkei apurou perda de 1,65%, jogando o índice para o menor nível em seis semanas. Além do efeito da reunião do Fomc de ontem, pesaram também as preocupações com o aumento de imposto sobre vendas que entra em vigor no próximo mês e temores sobre o sistema financeiro da China. Durante as negociações asiáticas, o dólar permaneceu relativamente estável ante ao iene, após a valorização ocorrida depois da reunião do Fomc. A moeda japonesa é cotada a 102,44 ienes, contra 102,38 ienes de ontem à tarde. Na China, a bolsa de Xangai fechou com queda de 1,40%, ao mesmo tempo em que a moeda chinesa sofreu nova depreciação. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 1,79%.

A expectativa de que os juros básicos americanos poderão subir seis meses após o término do "tapering" em outubro coloca os investidores europeus na defensiva. O índice de ações pan-europeu, STOXX600, recua 0,60% nesta manhã. Mesma tendência apresentada pelas principais praças europeias: Londres -0,94%; Paris -0,73% e Frankfurt -0,82%. O euro perde parte do terreno conquistado ontem, sendo negociado a US$ 1,3789 no momento, contra US$ 1,3832 de ontem à tarde.

O dólar, após se manter relativamente estável frente às principais moedas ao longo da sessão asiática, volta a se valorizar, com o dólar index subindo 0,18% no momento, atingindo os níveis mais elevados das últimas três semanas. O yield da Treasury de 10 anos, que flutuava em torno de 2,65% ao ano antes da reunião do Fomc, encontra-se em 2,78% no momento, após ter batido em 2,80% no final do dia de ontem.

No mercado de petróleo, o produto WTI volta a ser comercializado acima dos US$ 100/barril (US$ 100,15/b no momento), em função dos baixos estoques do produto reportado nos EUA. As demais commodities operam em baixa, seguindo as expectativas negativas que rondam as economias emergentes ante a possibilidade de início do aperto monetário nos EUA. Metais recuam 1,39%, agrícolas -0,41% e metais preciosos -1,30%.

A Bovespa, após sustentar a alta ao longo do pregão de ontem, mesmo após o final da reunião do Fomc, deve voltar a acompanhar a tendência de queda apresentada pela maioria das bolsas internacionais, por conta da expectativa do início da elevação dos juros americanos em meados do ano que vem. No mercado de moedas, a maioria das moedas emergente se depreciou frente ao dólar, tendência que também deve ser acompanhada pelo real no dia de hoje. No mercado de juros, a curva de DI’s futuros deve se manter pressionada, seja por conta da alta dos juros longos americanos como também pela expectativa de uma política fiscal expansionista ao longo do ano, alimentando as pressões inflacionárias.

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