Hoje na Economia – 20/04/2022

Hoje na Economia – 20/04/2022

Prevalece nesta manhã um movimento moderadamente otimista, o que favoreceu algumas bolsas na Ásia; leva a uma abertura positiva na Europa, mas não empolga os futuros americanos, que exibem quedas firmes. Os juros dos Treasuries dão uma trégua após a alta de ontem, enquanto o dólar recua após ter atingido o maior valor desde junho de 2020.

A retórica mais agressiva de aperto monetário, entoada por diversos dirigentes do Fed, levou o juro real do T-Bond de 10 anos a ficar positivo por breves instantes na sessão de ontem, sinalizando a provável volta à situação prevalecente antes da pandemia. Ao longo do overnight, os preços dos títulos voltaram a subir, levando o yield do T-Bond de 10 anos a recuar três pontos base para 2,90% ao ano. O juro real positivo sinaliza condições financeiras apertadas, o que prejudica a performance de ativos como ações e outros ativos reais, como ouro. Os índices futuros das bolsas de Nova York exibem quedas, nesta manhã, após os ganhos significativos nos negócios à vista ontem. No momento, o futuro do Dow Jones recua 0,16%; S&P 500 cai 0,23%. Nasdaq registra perda de 0,49%, acusando a queda de 25% das ações da Netflix no pré-mercado, após a empresa relatar queda no número de assinantes pela primeira vez em mais de dez anos. No mercado de moedas, o índice DXY do dólar cai 0,42% nesta manhã, situando em 100,53 pontos. O dólar cai a 128,29 ienes, com a moeda japonesa permanecendo no menor patamar em 20 anos, enquanto o euro é cotado a US$ 1,0833/€ (+0,43%) e a libra vale US$ 1,3027 (+0,22%). Hoje estão previstas novas manifestações de dirigentes do Fed e a divulgação do Livro Bege do Fed, trazendo uma avaliação atualizada das condições econômicas regionais.

Na Ásia, as bolsas fecharam sem um denominador comum. No Japão, o índice Nikkei registrou valorização de 0,86% em Tóquio, com a valorização das ações de exportadoras na esteira de um iene historicamente enfraquecido. Na China, por sua vez, o índice Xangai Composto teve queda de 1,35%, após o banco central chinês (PBoC) deixar suas taxas de juros de empréstimos de médio e longo prazo inalteradas, desapontando os investidores que apostavam em medidas estimulativas adicionais, após o corte do compulsório bancário efetuado na semana passada. Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 0,40%, enquanto o sul-coreano Kospi teve perda marginal de 0,01% em Seul. Em Taiwan, o Taiex avançou 0,91%. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific, fechou o pregão de hoje com alta de 0,70%.

Na Europa, as bolsas operam majoritariamente em alta, com os investidores de olho nos balanços empresariais e na expectativa do segundo turno das eleições na França, neste final de semana. Também acompanham os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia e seus impactos sobre a inflação e o crescimento econômico da região. Ontem, o FMI chamou atenção sobre os efeitos recessivos do choque causado pelo conflito no Leste Europeu, reduzindo sua projeção para o crescimento mundial de 4,4% para 3,2% para este ano. Nesta manhã, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, exibe alta de 0,62%. Em Londres, o FTSE100 sobe 0,36%; o CAC40 avança 1,02% em Paris; em Frankfurt, o DAX valoriza 0,69%.

Os contratos futuros de petróleo operam em alta, nesta manhã, recuperando parte das perdas da sessão de ontem, de olho na possível queda na oferta da Rússia e da Líbia, como também sinais de recuperação da demanda da China, que vem, gradualmente, aliviando as medidas restritivas adotadas por conta da Covid-19. O contrato futuro do produto tipo WTI, para junho, é negociado a US$ 103,48/barril, com alta de 0,90%.

Os principais guias para direcionar os mercados domésticos nesta quarta-feira estão no ambiente externo. O resultado ruim apresentado pela Netflix deve refletir no Ibovespa, enquanto o Livro Bege pode consolidar apostas em aperto monetário mais severo nos EUA, colocando na conta altas de 0,75 p.p., com repercussão sobre o dólar e os juros futuros longos. Na esfera política, atenção para os esforços do governo junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para viabilizar a aprovação para a venda da Eletrobras.

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