Hoje na Economia 20/07/2018

Edição 2058

20/07/2018

Em um dia de fraca agenda de indicadores econômicos, mercados de ações globais operam em queda por conta de novos lances na guerra comercial, que ameaça extrapolar o conflito EUA x China. Os EUA ameaçam impor tarifas sobre o total das importações da China (US$ 505 bilhões), enquanto a União Europeia ameaça retaliar caso os americanos apliquem tarifas sobre os carros europeus.

Na Ásia, as bolsas de ações fecharam em sua maioria em alta, de olho na política cambial do banco central chinês que parece ter optado pela desvalorização do yuan como instrumento para enfrentar a guerra comercial. Nesta madrugada, o Banco do Povo da China (PBoC) orientou a taxa de paridade para a maior desvalorização em relação ao dólar em dois anos. Em julho, o yuan já caiu 2,3% ante o dólar, beneficiando as exportações chinesas. No mercado de ações, o índice Composto de Xangai fechou com alta de 2,05%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng avançou 0,76%. Em Tóquio, o índice Nikkei foi na contramão da maioria e encerrou o dia com perda de 0,29%, mas conseguiu fechar a semana com valorização acumulada de 0,4%. Na Coreia do Sul, o índice Kospi teve alta de 0,30%; em Taiwan, o Taiex avançou 0,89%. O índice regional MSCI Asia Pacific apurou valorização de 0,5%, nesta sexta-feira.

No mercado americano, o índice DXY, que segue o valor do dólar diante de uma cesta de seis moedas fortes, encontra-se em 95,12, com queda de 0,08%, refletindo as críticas de Trump a politica monetária do Fed, que segundo ele, favorece as moedas como o euro e o yuan chinês. Os mercados futuros de ações aceleram as perdas, no momento, repercutindo a entrevista de Donald Trump a CNBC, onde fez novas ameaças à China, agora afirmando disposto a impor tarifas ao total das importações chinesas, US$ 505 bilhões. O futuro do índice Dow Jones recua 0,44%; o S&P perde 0,30%; o Nasdaq tem queda de 0,05%. O juro do T-Bond de 10 anos encontra-se em 2,847%, com alta de 0,32%, no momento.

No mercado europeu, após uma abertura sem tendência, as principais bolsas europeias passaram a registrar elevadas perdas, repercutindo as novas ameaças do presidente Trump, agravando a guerra comercial entre EUA e China. O índice pan-europeu de ações, STOXX600 recua 0,57%, nesta manhã. Em Londres, o FTSE100 perde 0,41%; em Paris, o CAC40 se desvaloriza 1,04%; comportamento semelhante se verifica em Frankfurt, onde o DAX tem queda de 0,87%. O euro é negociado a US$ 1,1655 de US$ 1,1641 de ontem à tarde

O índice Geral de Commodity da Bloomberg sobe 0,71%, puxado pelo avanço do petróleo e do cobre. O contrato futuro de petróleo tipo WTI para entrega em setembro é negociado a US$ 69,67/barril, com alta de 0,30%.

O acirramento da guerra comercial EUA x China, após as novas declarações de Trump ameaçando impor tarifas sobre o total das importações chinesas de US$ 505 bilhões, deve acirrar a aversão ao risco, levando a Bovespa a acompanhar as quedas observadas nas principais bolsas internacionais, nesta manhã. O dólar deve abrir pressionado, bem como os vértices longos da curva de juros futuros.