Hoje na Economia – 20/08/2021

Hoje na Economia – 20/08/2021

Os mercados caminham para encerrar uma das piores semanas dos últimos meses, mergulhados em meio a forte aversão ao risco. Prevalecem as preocupações com a possibilidade de o Fed iniciar a retirada de estímulos ainda este ano, enquanto o crescimento global é posto em xeque por conta da disseminação da variante delta do coronavírus e a desaceleração da economia da China.

As bolsas da Ásia fecharam majoritariamente em baixa, nesta sexta-feira, encerrando uma das piores semanas desde fevereiro último, com o sentimento dos investidores sendo afetados negativamente pela variante delta e a ofensiva regulatória do governo chinês. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific encerrou o dia com queda de 1,0%, com forte recuo dos papéis relacionados aos setores de consumo. Em Tóquio, o índice Nikkei teve queda de 0,98%, devido à baixa das ações do setor automotivo, com a Toyota anunciando corte em até 40% em sua produção por conta da escassez mundial de chips para veículos. Na China, o governo aprovou lei de privacidade, que restringirá a coleta de dados de usuários por companhias de tecnologia, em mais um passo na ofensiva regulatória de Pequim. Em Xangai, o índice Composto desvalorizou 1,10%. Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 1,84%, em meio a preocupações de que o governo chinês endureça ainda mais a regulação para empresas de tecnologia. Na Coreia do Sul, o Kospi recuou 1,20% em Seul, enquanto o Taiex registrou perda modesta de 0,20% em Taiwan. O iene está se apreciando diante do dólar, +0,08%, cotado a ¥/US$ 109,65.

Na Europa, o movimento de liquidações de ações não dá trégua, apesar das fortes perdas recentes. Predominam preocupações com o avanço de infecções por coronavírus, que podem obrigar a novas rodadas de fechamento, afetando a recuperação da economia da região. O índice STOXX600 recua 0,19%, no momento. Em Londres, o FTSE100 perde 0,13%; o CAC40 cai 0,22% em Paris; em Frankfurt, o DAX desvaloriza 0,29%. O euro mostra-se relativamente estável ante a divisa americana, cotado a US$/€ 1,1674.

No mercado americano, o juro pago pela Treasury de 10 anos recua um ponto base para 1,23% ao ano, mantendo a queda de ontem em meio a especulações sobre as chances de aperto monetário nos EUA ocorrer ainda este ano. Hoje está previsto o pronunciamento do presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan sobre política monetária. Ainda que não seja um membro votante do Fomc, suas opiniões sobre o momento de iniciar o aperto monetário nos EUA podem pesar sobre as decisões dos investidores. O dólar se aprecia frente às principais moedas. O índice DXY situa-se em 93,67 pontos, com alta de 0,11%, no momento. Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em baixa, sinalizando que os mercados à vista devem terminar a semana com o pior desempenho em meses. No momento, o futuro do Dow Jones recua 0,42%; o S&P 500 opera com baixa de 0,40%; Nasdaq cai 0,33%.

No mercado de petróleo, após operar boa parte do overnight em alta, os contratos futuros voltaram a cair, mantendo as perdas das últimas seis sessões. Nesta manhã, o contrato futuro do petróleo tipo WTI para outubro recua 0,36%, sendo negociado a US$ 63,46/barril.

Em uma agenda econômica doméstica esvaziada, o foco dos mercados estará na participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, em audiência no Senado. Defenderá a reforma do Imposto de Renda, que está ameaçada de ser retirada da pauta da Câmara dos Deputados por falta absoluta de um consenso. Em mais um dia de risco elevado, o real deve recuar ante o dólar, os juros futuros subirem e a Bovespa cair.

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