Hoje na Economia – 20/09/2021

Hoje na Economia – 20/09/2021

Nesta semana, as preocupações dos investidores serão tomadas pelas incertezas ligadas à retomada da economia global, afetada pelo avanço da variante delta do coronavírus, prejudicando a normalização das atividades, nas implicações dos elevados níveis de inflação e riscos provenientes da China. A reunião de política monetária do Fed (Fomc) será outro fator de volatilidade para os mercados à medida que os investidores ficarão atentos a sinais sobre o momento em que o Fed encerrará a compra de ativos e quando voltará a subir juros.

Na Ásia, em meio à liquidez reduzida pelos feriados no Japão, China, Coreia do Sul e Taiwan, as poucas bolsas que operaram registraram pesadas perdas por conta dos temores que envolvem os problemas financeiros da gigante do setor imobiliário chinês Evergrande. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific fechou com queda de 1,0% na sessão de hoje, com as ações da Evergrande e outras do setor imobiliário liderando as quedas. A bolsa de Hong Kong fechou em forte baixa nesta segunda-feira. O índice Hang Seng apurou queda de 3,30%, com a ação da Evergrande caindo mais de 10%, arrastando ações de outras empresas do ramo imobiliário negociadas em Hong Kong. No mercado de moedas, o iene é cotado a ¥ 109,69/US$, apreciando 0,22%, em dia de maior aversão ao risco.

Na Europa, as bolsas locais exibem fortes quedas, com investidores acompanhando o desenrolar da crise da Evergrande na China, em meio a cautela antes do anúncio de política monetária do Fed na quarta-feira. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra queda de 1,78%, no momento. Em Londres, o FTSE100 recua 1,45%; o CAC40 perde 2,02% em Paris; em Frankfurt, o DAX desvaloriza 2,11%. Na Alemanha, o índice de preços ao produtor (PPI) subiu 1,5% em agosto em relação a julho, elevando o acumulado em doze meses para 12%, a maior alta desde 1974. O euro é negociado a US$ 1,1709, depreciando 0,15%, enquanto a libra vale US$ 1,3674, recuando 0,49%.

No mercado americano, o juro pago pelo T-Bond de 10 anos recuou dois pontos base para 1,34% ao ano, revertendo a alta observada na sexta-feira. Por outro lado, o dólar sobe, nesta manhã, ampliando os ganhos da sessão anterior. O índice DXY do dólar registra alta de 0,20%, no momento, situando-se em 93,39 pontos. As expectativas para o mercado de ações não são favoráveis para este dia, haja vista o comportamento dos futuros das bolsas de Nova York que amanheceram mergulhados no vermelho. O futuro do Dow Jones recua 1,43%; S&P 500 cai 1,27%, Nasdaq desvaloriza 1,02%. Além das preocupações com o destino da Evergrande na China e a cautela por conta da reunião de política monetária do Fed, os investidores acompanham, também, as incertezas que cercam a agenda do presidente Joe Biden, de gastar cerca de US$ 4 trilhões, diante da necessidade de suspender ou elevar o atual teto para o endividamento do governo americano.

As commodities operam em queda nesta manhã, em que prevalece forte aversão ao risco. O índice geral de commodity da Bloomberg cai 1,27%, com destaque para metais (-0,47%); energia (-0,98%) e agrícolas (-0,79%). O contrato futuro do petróleo tipo WTI, para novembro, é negociado a US$ 70,24/barril, recuando 2,38%.

O ambiente de menor apetite ao risco abre a semana, em que fatores domésticos dividem as atenções dos mercados com o quadro global. Os investidores estarão atentos à crise na China, à queda das commodities, às sinalizações sobre tapering pelo Fed e à nova alta de juros no Copom desta semana, além das turbulências políticas domésticas, alimentando as dúvidas quanto à política fiscal. Esta poderá ser uma semana nada fácil para os ativos de risco brasileiros.

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