Hoje na Economia 20/12/2018

Hoje na Economia 20/12/2018

Edição 2161

20/12/2018

Mais um dia de aversão ao risco toma conta dos mercados. As preocupações e incertezas quanto à intensidade do aperto monetário que o Fed estaria disposto a praticar nos próximos meses deixa os investidores cautelosos, buscando proteção em ativos seguros. Ontem, o Fed elevou a taxa de juro de referência em 0,25 ponto percentual, para 2,25% a 2,50%, como era o consenso do mercado. O Fed também reduziu sua projeção de novos aumentos de juros para 2019, de três para dois. Os mercados, porém, já trabalhavam com a hipótese de o Fed não subir os juros em 2019.

Reflexo desse ambiente mais arriscado, o juro pago pelo T-Bond de 10 anos encontra-se em 2,758% nesta manhã, recuando frente a 2,880% observado no final da tarde de ontem. O dólar recua frente às principais moedas fortes (índice DXY recua 0,45%, neste momento), bem como diante da maioria das moedas das economias emergentes. Os futuros dos principais índices de ações da bolsa e Nova York apontam para uma abertura em baixa. O futuro do Dow Jones recua 0,37%; do S&P 500 cai 0,56%; o futuro do Nasdaq perde 0,54%, nesta manhã. Como atenuante às incertezas presentes no ambiente, ontem o Senado dos EUA aprovou projeto que evitará o "shutdown" do governo americano até fevereiro. Hoje o projeto deverá ser votado na Câmara.

Na Ásia, a percepção de um Fed mais conservador ajudou a afugentar os investidores dos ativos de risco, levando a maioria das bolsas de ações da região a fechar no vermelho. Liderando as perdas na Ásia, o Nikkei teve queda de 2,84% na sessão de hoje, atingindo o menor nível em quinze meses. Pesou a valorização da moeda japonesa, que em relação ao dólar é cotada a 111,79 ienes nesta manhã, contra 112,51 ienes de ontem à tarde. Em seu encontro ontem, o Banco do Japão manteve inalteradas as diretrizes de sua política monetária, apontando riscos para a perspectiva econômica, principalmente, a postura protecionista dos EUA em relação à China. Na China, o Xangai Composto recuou 0,52%, pressionado por ações de grandes bancos. Em outras partes da Ásia, o Hang Seng cedeu 0,94% em Hong Kong; o sul-coreano Kospi recuou 0,90% em Seul; o Taiex registrou perda de 1,11% em Taiwan.

Os mercados de ações europeus seguem a tendência ditada pelos mercados asiáticos e futuros americanos. O índice pan-europeu de ações STOXX600 cai 1,31%, registrando a maior queda em um dia das últimas duas semanas. Em Londres o FTSE100 cai 1,24%; em Paris o CAC40 perde 1,47%; em Frankfurt, o DAX registra perda de 1,23%. O euro é negociado a US$ 1,1457, com alta de 0,70% em relação à divisa americana.

Os contratos futuros de petróleo operam em baixa nesta manhã, em meio ao ambiente de aversão ao risco, bem como diante de dúvidas de que a Opep e produtores independentes consigam reduzir a oferta de óleo. Nesta manhã, o contrato futuro do produto tipo WTI é negociado a US$ 46,25/barril, com queda de 3,99%.

Nesse ambiente de aversão ao risco que prevalece no exterior, conjugado a forte queda nos preços do petróleo, as perspectivas para a Bovespa é de uma abertura em baixa, acompanhando os futuros de ações de Nova York. Na agenda doméstica, o Banco Central divulgará às 8hs o Relatório Trimestral de Inflação, que deve corroborar o cenário tranquilo da inflação, reforçando a perspectiva de manutenção da Selic em 6,5% por longo período de tempo.

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