Hoje na Economia 21/09/2015

Edição 1362

21/09/2015

Mercados financeiros iniciam semana ainda um pouco apreensivos, após grandes quedas no pregão de sexta-feira. Na semana o grande destaque na agenda internacional segue sendo o Fed, mas dessa vez o que está sendo visto são os discursos dos membros do FOMC. Três deles já falaram no final de semana, e disseram que a decisão de quarta-feira foi bem difícil e ainda defendem aumento na taxa de juros esse ano. Quinta-feira será a presidente Yellen que fará um discurso, que deverá ter bastante impacto nos mercados.

Na Ásia, as bolsas fora do Japão tiveram queda, com o índice MSCI Ásia Pacífico exceto Japão caindo 1,8%. A bolsa de Xangai iniciou o pregão em queda, mas terminou o dia com alta de 1,89%. A bolsa do Japão ficou fechada devido a feriado prolongado. O iene está se desvalorizando diante do dólar hoje, -0,29%, cotado a ¥/US$ 120,3.

Na Europa, após uma forte queda na 6ª feira, as bolsas estão em leve alta, com exceção da Alemanha. O índice pan-europeu STOXX600 sobe 0,51%. Há alta de 0,53% na bolsa de Londres e 0,77% na bolsa de Paris. A bolsa de Frankfurt cai 0,82% após notícia envolvendo grande empresa produtora de carros. O euro, por sua vez, está perdendo valor diante do dólar, -0,16%, cotado a US$/€ 1,1279. O presidente do ECB, Draghi, falará ao parlamento europeu dia 23, e é possível que ele dê pistas sobre mais estímulo monetário agora que o Fed demorou mais para subir os juros, a fim de evitar uma valorização demasiada do euro.

O preço das commodities está em leve alta após a grande queda na 6ª feira, com o índice de commodities da Bloomberg avançando 0,33%. O preço do barril de petróleo sobe após notícia de que os governos da Venezuela e da Arábia Saudita concordaram em tomar mais medidas para evitar volatilidade no preço do petróleo, com o tipo WTI subindo 1,50%, a US$ 45,35/barril.

Os mercados futuros americanos estão em leve alta, com o S&P500 avançando 0,13%. O dólar está se apreciando diante de outras moedas, com o índice DXY subindo 0,51%. Os juros futuros americanos agora estão em leve alta, com a taxa de 10 anos a 2,155% a.a.. O mercado financeiro segue colocando maior chance do Fed não subir juros em 2015 e iniciar o processo de aperto monetário apenas em 2016, mesmo após a fala de três membros do FOMC dizendo que acham que ainda deve haver alta de juros em 2015.

No Brasil, hoje sairá o índice de atividade do Banco Central (IBC-Br), que deve ter recuado -0,3% M/M. Os boatos que existiam no final de 6ª feira (saída do ministro da Fazenda, novo rebaixamento da dívida soberana do Brasil) não se confirmaram, o que pode dar algum alívio para os juros futuros hoje. A situação política segue problemática. Na 3ª feira o Congresso votará os vetos da presidente Dilma Roussef sobre medidas que aumentam os gastos. Uma derrota nesses vetos pode significar grande estresse no mercado, não apenas pelo aumento de gastos, mas também pela incapacidade do Executivo de governar. As propostas legislativas do ajuste fiscal anunciado semana passada devem ser enviadas ao Congresso nesta 2ª feira. Dessa forma, qualquer alívio hoje seria apenas temporário. O real deve se desvalorizar diante do dólar, seguindo tendência mundial, enquanto a bolsa deve ficar estável.