Hoje na Economia – 22/02/2022

Hoje na Economia – 22/02/2022

Prevalece, nesta manhã, um ambiente de clara aversão ao risco, derrubando as bolsas da Ásia, abertura negativa na Europa e futuros americanos exibindo fortes quedas. Os juros dos Treasuries recuam e o dólar se fortalece. Petróleo e ouro operam em alta. Investidores buscam refúgio seguro diante da nova escalada nas tensões entre Rússia e Ucrânia. O presidente russo, Vladimir Putin, autorizou o envio de tropas para as regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia, depois de reconhecê-las como repúblicas independentes.

Na Ásia, as bolsas fecharam em queda pelo terceiro dia consecutivo. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific, apurou perda de 1,5%, refletindo não apenas os temores em relação ao agravamento da questão geopolítica no Leste europeu, como também nova rodada de regulamentação baixada pelo governo chinês sobre o setor de tecnologia, afetando, principalmente, Alibaba e Tencent. A bolsa de Hong Kong, onde se concentra a maior parte das ações de tecnologia, liderou as quedas na região, com o índice Hang Seng perdendo 2,69% na sessão de hoje. No Japão, o índice Nikkei caiu 1,71% em Tóquio, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 1,35% em Seul e o Taiex cedeu 1,38% em Taiwan. Na China, o índice Xangai Composto registrou baixa de 0,96% no dia de hoje.

As bolsas europeias acompanham os mercados asiáticos e os futuros americanos, exibindo fortes quedas nesta manhã. Predominam os temores quanto às possibilidades de um conflito armado entre Rússia e Ucrânia, que poderia ter consequências imprevisíveis para a Europa. O índice intercontinental de ações, STOXX600, registra queda de 0,62%, no momento. Foi divulgado o balanço do HSBC, que triplicou seu lucro no 4º trimestre de 2021, mas também fez provisão adicional de US$ 450 milhões por conta de transtornos decorrentes da crise imobiliária na China. Em Londres, o FTSE100 perde 0,33%; o CAC40 cai 0,63% em Paris, e em Frankfurt, o DAX desvaloriza 0,90%.

Diante do agravamento da crise na Ucrânia, os juros dos Treasuries operam em baixa devido à busca por segurança. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos recua quatro pontos base, para 1,89% ao ano. O índice DXY do dólar, que mede as variações da moeda americana frente a outras seis divisas, opera em torno da estabilidade, nesta manhã. O índice DXY recua 0,03%, no momento, enquanto o euro sobe 0,11%, para US$ 1,1323/€ e a libra é cotada a US$ 1,3579/£, desvalorizando 0,17%, nesta manhã. Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em forte baixa, sinalizando quedas expressivas para o mercado à vista, na volta do feriado de ontem. O índice futuro do Dow Jones recua 0,95%, no momento; S&P 500 cai 1,04%; o Nasdaq perde 1,86%. A agenda de hoje traz dados de atividade econômica (PMIs) e a participação de dirigentes do Fed em eventos.

Os contratos futuros do petróleo exibem altas significativas nesta manhã, em reação à escalada das tensões entre Ucrânia e Rússia. O contrato futuro do petróleo tipo WTI para abril sobe 4,77%, negociado a US$ 95,41/barril.

Diante de uma agenda doméstica esvaziada, os mercados brasileiros ficarão reféns dos acontecimentos no exterior, com foco, principalmente, na crise geopolítica entre a Rússia e a Ucrânia. A dúvida é se após o reconhecimento das repúblicas separatistas de Donetsk e Luhansk pelo governo russo, a crise se estabiliza ou evolui para um conflito aberto. Nesse ambiente de aversão ao risco, o dólar deve se valorizar ante o real, os juros futuros podem subir acompanhando a moeda americana e o Ibovespa operar em queda.

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