Hoje na Economia 23/03/2018

Edição 1977

23/03/2018

Um clima de forte aversão ao rico prevalece nos mercados nesta sexta-feira, com investidores procurando ativos seguros, enquanto acompanham a escalada da guerra comercial entre EUA e China. Ontem, o presidente Donald Trump assinou memorando propondo impor tarifas a cerca de US$ 60 bilhões em produtos da China. Mais tarde a China, anunciou medidas comerciais retaliatórias. Na busca por proteção, os títulos soberanos subiram, com também os portos seguros tradicionais como ouro e iene.

Na Ásia, as bolsas contabilizaram pesadas perdas, que, praticamente, zeraram os ganhos acumulados neste ano de 2018. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 4,15%, que além da aversão ao risco foi prejudicado pela valorização da moeda japonesa. No momento, o dólar é cotado a 104,90 ienes de 105,41 ienes no fim da tarde de ontem. Na China, o índice Xangai Composto registrou queda de 3,39%, a maior em seis semanas. Em Hong Kong, o Hang Seng cedeu 2,45%; o sul-coreano Kospi teve perda de 3,18% em Seul; o Taiex de Taiwan caiu 1,66%. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific fechou o dia com queda de 2,6%.

Na Europa, as bolsas de ações registram, também, pesadas perdas, levando o índice pan-europeu de ações ao menor nível dos últimos três anos. O STOXX600 perde 1,47%, no momento. Em Londres, o FTSE100 recua 0,94%; em Paris o CAC40 perde 1,88%; em Frankfurt o DAX cai 1,82%. O euro é negociado a US$ 1,2335 com alta de 0,20%.

Os índices futuros das principais bolsas de Nova York operam no vermelho, sinalizando para mais um dia de queda. No momento, o futuro do Dow Jones cai 0,78%; o S&P 500 recua 0,60%; o Nasdaq perde 1,05%. Os juros do T-Bond de 10 anos recuam, estando em 2,81% ao ano, nesta manhã, contra 2,822% na tarde de ontem. O dólar perde terreno frente às principais moedas: o índice DXY mostra queda de 0,21%. Serão divulgados os indicadores de encomenda de bens duráveis de fevereiro (+1,6% M/M segundo as projeções) e de vendas de novas moradias (+4,6% M/M), que contribuirão para uma melhor avaliação sobre o atual momento da economia americana.

Os preços do petróleo se recuperam após os primeiro choques negativos provocados pela guerra comercial entre os EUA e China. Nesta sexta-feira, o contrato futuro do produto tipo WTI é negociado a US$ 64,63/barril, com alta de 0,51%, após quedas de 0,8% a 1,3% observadas no dia de ontem.

No mercado doméstico, a Bovespa deve operar no vermelho no pregão de hoje, acompanhando o ambiente de forte aversão ao risco que toma contas das bolsas internacionais, como também pela frustração da (não) decisão do STF sobre o caso do ex-presidente Lula. O IBGE divulga o IPCA-15 de março, prévia da inflação oficial do mês. Segundo o consenso do mercado, o IPCA-15 deve ter subido 0,11% no mês e 2,82% no acumulado em doze meses.