Hoje na Economia- 23/03/2021

Hoje na Economia- 23/03/2021

Mercados financeiros abrem em queda na terça-feira, com receios em relação a novos lockdowns para combater infecções por Covid-19 na Europa e medo de yields em alta nos EUA, em especial antes de leilões do Tesouro americano que devem ocorrer entre hoje e quinta-feira. A adoção de sanções econômicas entre União Europeia e EUA de um lado e China do outro devido à questão do tratamento da minoria uigur pelo governo chinês também diminui o apetite por risco em muitos mercados.

Na Ásia as bolsas fecharam em queda. O índice regional MSCI Asia Pacific caiu -0,7%, com recuos de -1,34% no Hang Seng de Hong Kong, -1,10% no KOSPI de Seul, -0,93% na bolsa de Xangai e -0,61% no Nikkei225 de Tóquio. O iene está se valorizando diante do dólar, +0,34%, cotado a ¥/US$ 108,48.

Na Europa todas as bolsas estão caindo. O índice pan-europeu STOXX600 recua -0,42%, com quedas de -0,17% no FTSE100 de Londres, -0,52% no CAC40 de Paris e -0,47% no DAX de Frankfurt. O euro está se desvalorizando -0,28% contra o dólar, cotado a US$/€ 1,1899. A taxa de desemprego no Reino Unido veio menor que o esperado em janeiro, 5,0% contra 5,2%, com menos destruição líquida de empregos também (-147 mil contra -167 mil esperado). Ainda assim, a libra se deprecia -0,58% contra o dólar, cotada a US$/£ 1,3783.

Nos EUA, os índices futuros de ações operam em queda. Há recuos de -0,51% no Dow Jones, -0,39% no S&P500 e -0,13% no NASDAQ. O dólar está ganhando valor diante de todas as moedas exceto o iene, com o índice DXY subindo 0,37%. Moedas de países emergentes e exportadores de commodities em especial estão perdendo bastante valor, como rublo russo (-1,63%). Os juros futuros americanos estão em queda, com recuo de 6 pb no yield da Treasury de 10 anos, a 1,63% a.a.. Hoje saem dados econômicos de menor importância, com destaque para o índice de atividade do Fed de Richmong, que deve ter melhorado de 14 para 16, e as vendas de casas novas, que devem ter recuado -5,7%. O presidente do Fed, Jerome Powell, e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, devem testemunhar diante do Congresso pela primeira vez juntos hoje, com o mercado atento a qualquer mudança na postura da política monetária ou fiscal.

Os preços de commodities operam sem direção única hoje. O índice geral da Bloomberg tem queda de -1,14%, influenciado pelo forte recuo no preço de petróleo: -3,41% no caso do barril tipo WTI, negociado a US$ 59,44, reagindo aos lockdowns europeus. Por outro lado, há alta forte nos preços de commodities metálicas, com cobre subindo 0,57%, ferro 0,54% e níquel 1,01%.

No Brasil, hoje será divulgada a ata da reunião do Copom, que deve elucidar porque o comitê foi mais hawkish do que o mercado esperava. Um tom ainda mais hawkish na ata pode impactar os juros futuros hoje. Também serão divulgados dados de menor importância, com o IPC-S 3ª semana devendo ter subido 0,99% e a confiança do consumidor de março da FGV devendo ter recuado. A pandemia de Covid-19 no Brasil segue se agravando, porém o impacto político ainda parece limitado, com presidentes das casas legislativas ainda mencionado aprovação célere de reformas estruturais. O Ibovespa hoje deve ter queda e o real se depreciar, seguindo o mercado internacional. Os juros futuros curtos, por sua vez, devem reagir à ata do Copom, enquanto os mais longos podem ter alívio com a queda nos yields das Treasuries americanas. Assim, a inclinação da curva de juros pode ceder hoje.

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